13/06/2019
16. Resumo de pontos a serem trabalhados
Acesso às informações
As fases da entrada em meditação precisam estar bem compreendidas. O relaxamento produz o estado intermediário. O estado intermediário possibilita a entrada em meditação ou os trabalhos avançados com a consciência. A meditação livre, sem outro objetivo além de perder-se, tem como propósito entrar em níveis profundos de consciência. Nesses níveis, podemos acessar: nosso subconsciente; ou as informações inconscientes; ou ainda níveis elevados de consciência, que trazem insights importantes e nos conectam com nossa essência. O acesso ao subconsciente ou pré-consciente ou mesmo ao inconsciente, proporcionado pelo estado intermediário, que é onde estamos com nossas “restrições mentais afrouxadas”, podem nos auxiliar a resolver as mais diversas situações, como estamos vendo, desde hábitos nocivos até características herdadas, cristalizadas ou mesmo profundamente disfarçadas e escondidas. É preciso diferenciar todos esses estados e possiblidades. A meditação pura tem um propósito, que é o de oferecer o modo de se desconectar do mundo objetivo, dos sentidos, e de todos os seus apelos. A meditação ou o estado intermediário, como forma de acesso ao centro de nós mesmos, é a maneira pela qual nos aprofundamos em nossas próprias questões. E onde, também, podemos ter os efeitos mais claros e efetivos das aplicações e da energia, se estivermos analisando sob a ótica de um iniciado Mointian.
Cessar a causa
Algumas considerações são básicas, como a de que, para os efeitos aparecerem ou permanecerem, os processos causadores de conflitos precisam ter cessado. Se estamos no meio de um problema, não podemos colocá-lo na bolha esperando que ele se resolva ou que, visualizando a sua dissolução, sairemos do estado meditativo e, milagrosamente, tudo estará resolvido. Se a questão de abuso psicológico está presente em casa, a bolha ameniza os sintomas, mas não os resolve. Talvez, em certo sentido, até atrapalhe, se ela causar um equilíbrio, que é apenas uma aceitação do problema, e não o desafio para o enfrentamento e a resolução.
Se é um problema financeiro, enquanto não tivermos estabilidade nesse sentido, estaremos sujeitos a todo tormento que causa a preocupação com os pagamentos e o sustento. Se convivemos com pessoas que nos fazem mal, só se soluciona com o afastamento, por exemplo. Se sentimos desconforto físico, algo que perturbe ou cause dor, colocar isso na bolha terá o sentido de permitir que, de alguma maneira, possamos acessar a forma como poderemos modificar o fator que causa o problema. Isso é importante. Entender o que acontece, porque acontece, pode facilitar nossa vida. Podemos utilizar essa consciência sobre um fator causador de desequilíbrio para aceitá-lo, convivermos com ele, ou agirmos para sua transformação. Esse é o motivo da prática da projeção de algo no futuro, para a transformação.
Período de pausa
Outro ponto interessante nessa busca pelas resoluções é que quando se está fazendo um trabalho profundo, muitas daquelas ideias recorrentes ou pensamentos obsessivos que pareciam adormecidos podem voltar a consciência. Mesmo aquelas coisas que, de alguma maneira já estavam resolvidas, que já, anteriormente, havíamos pensado, processado e, em certo nível, absorvidas, equilibradas emocionalmente, podem voltar à consciência. Isso geralmente ocorre nos períodos de pausa. Podemos imaginar ou comparar o período de pausa com o pedalar de uma bicicleta. O período de atividade ou de realização dos exercícios seria como o ato de pedalar para fazer a bicicleta andar. Quando mais força pusermos nisso, maior o impulso. Mesmo quando paramos de pedalar, com o impulso gerado, continuamos a nos mover por certo tempo. É o que ocorre com o processo das resoluções: a força e o impulso é realizado no primeiro período de 21 dias. Na pausa, o movimento continua, com o processamento das informações e sua consequente resolução, em certo nível.
Assim, podemos reagir de maneira negativa em um primeiro momento, pensando que algo saiu errado, pois parece que o efeito foi contrário ao esperado. Para outros, a pausa é mesmo a suspensão de movimento, como se nada mais estivesse ocorrendo. Mas o movimento interno e a dissolução continuam, mesmo que imperceptíveis. Em um ou outro caso, é preciso seguir, ainda com mais atenção, no próximo período ativo.
Série de abusos e traumas
Para a resolução profunda de muitos eventos, e quando nos perdemos diante do número de situações que começam a emergir, é bom manter o foco e realizar uma prática concisa, firme, mas efetiva.
Podemos usar, no processo de 21 dias, uma frase firme, como:
“Desfaço agora qualquer laço, influência, marca ou prejuízo que qualquer situação, fato ou pessoa tenha deixado em minha vida desde a minha concepção (pode ser nascimento, infância, etc.). Fico livre para assumir toda a potencialidade que minha existência me permite, livre de quaisquer limitações ou imposições inconscientes e assumo a alegria e a manifestação plena da minha vida”.
Dito isso, mentalmente, visualizar a bolha na tua frente, e com todas as possíveis cenas, pessoas ou influências ali dentro. Visualizar a dissolução ou a bolha envolta em uma rede azul, que se eleva ao Sol e lá se dissolve completamente.
Para os que são iniciados no Mointian, é possível acrescentar a força de dois símbolos. Para isso, ativar e sentir, no cardíaco, o símbolo Amplificação e, entrando a partir do alto da cabeça até o cardíaco, o símbolo Materialização.
Pelos 21 dias da prática, essa ordem, essa frase, deve ser pronunciada. O que vier como lembrança nos primeiros dias, especialmente como fruto desse processo, precisa ser visto com calma, para decidir se vai ser trabalhado em separado ou se fica, como uma nova ordem e novo material, mas para o trabalho com a bolha já iniciado.
Isso porque é preciso dissolver rapidamente esses efeitos principais e profundos que já estejam claros, que já estejam conscientes. Os casos de traumas e abusos são inúmeros e, aqui, estamos trabalhando com muitas possibilidades. Alguns têm um problema pontual, uma situação de conflito, mas outros tiveram uma vida de privações e abusos. O problema desse último tipo é que não se pode trabalhar tudo ou dissolver tudo separadamente, sob o risco de se enrolar em sentimentos, frustrações ou emoções, caindo sempre em outros processos e definições, o que seria um propósito oposto ao de síntese aqui apresentado, em todos esses textos.
No próximo tópico analisaremos alguns “casos” de resoluções. Com eles, poderemos ver várias possibilidades, colocando em prática o que viemos analisando até aqui.