Páginas

NÍVEIS INTERNOS E ACELERAÇÃO DO PROCESSO

11/07/2017

36. NÍVEIS INTERNOS E ACELERAÇÃO DO PROCESSO

1
No livro azul eu coloquei muitos tópicos falando sobre o despertar, como ele ocorre e quais são as consequências disso. No entanto, esse tema sempre retorna. É comum que se perguntem “quando eu vou atingir”, especialmente quando isso ocorre com uma pessoa que estamos conhecendo ou convivendo, como temos falado nos últimos meses.

É importante saber que algumas pessoas não precisam seguir uma rotina de técnicas e práticas mais intensas de técnicas e processos espirituais. Aliás, todos devem dar atenção ao momento espiritual, ao momento da vida pelo qual estejam passando. Alguns, já tem tudo que precisam. Suas vidas são equilibradas e perfeitas, em todos os aspectos. Há os que já estão internamente prontos, que já despertaram suas qualidades internas e que precisam apenas seguir com uma vida tranquila para que consigam passar pela encarnação deixando uma marca mais ou menos marcante. Não precisam de muita disciplina para despertarem quem realmente são. Mas precisam ter a certeza interna de que estão no nível de poderem se considerar completos. Senão, quando um desequilíbrio, ou a menor ruptura com o padrão vivido ocorre, podem se desestruturar muito. Para isso, para os momentos de requalificação, de expansão, de reorganização, é que as técnicas, os momentos de reconexão e as iniciações, irão servir.

Há ainda aqueles que, quando estão no apogeu de suas vidas internas, ou quando o momento interno é o mais intenso, mais propício à maior transformação, entregam sua força interna para técnicas ou métodos ou ideias que lhes roubam a força e que estancam seus caminhos. Perdem oportunidades de transformação e ficam muito perdidos. Em geral, passam por uma encarnação vivendo uma fantasia mesclada com momentos de contato interno. A fantasia se deve a que a mescla com técnicas e métodos mascara o verdadeiro contato. Ainda assim, em momentos importantes ou nos quais se entreguem ao seu eu superior, quando dão uma trégua nos métodos e técnicas que não precisam praticar, conseguem saltar algum nível mais interno.

A questão a ser entendida é que, para muitos, a vida espiritual é tranquila, já foi atingida ou precisa ser apenas mantida. Quer dizer, precisa ser equilibrada, naturalmente, sem que a pessoa torne-se algo como um asceta. Dessa forma, as práticas se resumem àquelas que podem proporcionar maior energia, equilíbrio, vitalidade e compreensão do mundo, maior domínio das coisas do mundo, mas baseadas no mundo, de acordo com o mundo. Não que sirvam para contribuir com o mundo, mas para transformá-lo de maneira consciente e tranquila. Uma adaptação do nível interno ao meio externo. O contrário dos processos psicológicos. Assim, pouco precisa ser feito, algo como uma meditação, que traga alegria, vitalidade e harmonia com o trabalho físico, é o suficiente. E nos períodos que a energia precisa ser elevada ou que a consciência exija um certo recolhimento, pode-se fazer práticas mais dirigidas e profundas.
A vida alegre, a vida da humanidade ideal, é o princípio básico para a espiritualidade. Mas ela nasce com o ser, ela não pode ser aprendida. Senão é falsa.

2
Sobre a aceleração do processo e por que alguns demoram mais a perceber seu despertar eu posso dizer algumas palavras. O processo interno é muito particular, obviamente.
Cada um tem sua maneira de despertar. Uma ideia que deve estar presente para todos é que já somos aquilo que precisamos ser. Apenas descascamos, aceitamos ou nos redescobrimos como seres espirituais, segundo o que temos definido com a literatura do MOINTIAN. Sendo assim, o que determina mais o tempo para que isso ocorra é a dedicação inicial, as práticas e as iniciações que devem ser seguidas conforme o Método estabelece. Quando isso não é seguido, é muito comum que o processo demore mais.
Além disso, muitos, mesmo depois de despertar, seguem com suas vidas normais, como se nada tivesse ocorrido, além do momento de uma mudança interna. Isso porque as circunstâncias da vida, suas necessidades, seus desejos de realização pessoal, ainda determinam muito mais sua caminhada que o impulso interno. Mas isso está certo, também. Faz parte da constituição, da característica pessoal de cada um. É comum, portanto, mesmo depois de uma grande transformação ocorrer, e sempre há uma grande transformação quando alguém atinge o centro de sua redescoberta, que a vida se torne normal. Isso, especialmente para aqueles que não tem uma tarefa específica a realizar pelo plano espiritual. A menos que seja percebida e vivenciada uma ordem exata para um trabalho ser realizado, a vida que segue é uma vida normal e a adaptação a ela vai parecer que não ocorreu muita coisa.
Essa ordem exata é o contato interno com as hierarquias. Quando ela ocorre, seja como uma vivência nos planos espirituais profundos ou como um impulso transformador que vem de dentro, há uma certeza maior, absoluta, eu diria, sobre o que deve ser realizado e que não deixa dúvidas para quem chega a esse ponto.
A dúvida ou a negação de uma tarefa espiritual profunda gera uma estagnação. Pode-se passar anos, mas aquele impulso ainda vai estar lá. Se for algo realmente importante para as hierarquias, elas farão com que a vida do instrumento, a pessoa que deve realizá-la, seja novamente transformada para que se cumpra a tal missão. Não há como fugir disso. As tarefas menores, como aquelas onde a pessoa se transforma, atinge o centro de sua consciência, mas não tem um objetivo especifico, podem até ser, de certa forma, negligenciadas. Isso porque os impulsos vão e vem, na medida que as aberturas ocorram. Mas há uma estagnação dos processos mais internos. Há uma demora maior para a resolução dos conflitos para as demais pessoas, relacionadas a quem atingiu esse estágio.
Isso é assim porque quando alguém atinge um estado de integração mínima que seja, já está fazendo um trabalho que não é mais para si mesma. Já está realizando um trabalho para o seu grupo interno, para sua família, para as pessoas com as quais vai entrar em contato. É isso a que se refere o texto do Manual, sobre que as iniciações, desde o início do processo com o MOINTIAN, já vão causar interferências ou mudanças para os outros. E quanto mais crescemos internamente, mais irradiamos e causamos impacto no nosso meio e em todos.
A consciência dessa irradiação, de fazer parte de um grupo de pessoas que atua dessa forma, que pode transformar de fato o mundo no qual vivemos.
Essa é uma boa maneira de seguir...


Nenhum comentário:

Postar um comentário

Grato pelo comentário.