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RESOLUÇÕES PROFUNDAS II - 5. A causa real e o problema da meditação

09/03/2019 


5. A causa real e o problema da meditação 

Ansiedade é, em grande parte, originada por um medo profundo. Dizer simplesmente “sou ansioso e preciso ficar calmo” é estar indo contra a resolução de um problema. Diante disso, temos aqui a razão pela qual a meditação pode ser “perigosa” ou contrária ao pressuposto da “paz e quietude” que muitos procuram. Porque, quando a pessoa iniciar suas práticas, ela pode realmente se sentir melhor: ela aquieta a sua parte externa, o ruído externo, e toda aquela necessidade de estar realizando coisas ou, em outro ângulo, de estar esperando por resultados ou que as coisas se resolvam rápido. Então, a ansiedade, que na verdade é apenas o reflexo da pressa em atingir um resultado ou a necessidade de estar ocupado para não entender, para não enxergar a causa real desse sintoma, pode estabilizar-se. No entanto, aquele conflito interno fica mais potente, pois a quietude externa dá força para que as imagens, memórias e sentimentos não compreendidos sejam processados da maneira correta. As atividades externas e as exigências morais, no caso de uma resolução imediata que a pessoa necessite, ou a pressa por resultados, que na verdade escondem o medo da perda e rejeição, são barreiras criadas inconscientemente para preencher a realidade vivida, turvando ou perturbando aquelas mensagens provenientes dos pensamentos sendo elaborados. 
É nesse ponto que a meditação pode ser profundamente perturbadora ou a chave para a resolução de problemas: Os que procuram placebos, preferem os tratamentos com entorpecentes para aliviarem a dor da percepção que provém de suas mentes; Os que pensam que substâncias alucinógenas aceleram o processo, vão abrir as portas do mundo da percepção astral, que irá trazer os seus demônios com força total, e um perigo maior se instala; Mas, os corajosos que, com abertura de sua mente, conscientes, limpos, continuam, vão encontrar as respostas para suas inquietudes dentro de si mesmos. 
Então, os maiores mistérios lhes serão revelados, pois haverá o encontro com as raízes dos seus medos, frustrações, ansiedades, tornando-os alegres, livres, cheios de vitalidade. Porque essa vitalidade será a energia da vida direcionada de maneira certa. Não há mistério nisso. 

É preciso entender que necessitamos de amadurecimento emocional, o qual nos torna equilibrados para sentirmos o que for preciso, na hora certa, e não por antecipação. A antecipação ou a repressão de um sentimento é sinal de problema. É preciso entender onde estou. Em qual época, em qual dimensão. Porque se vivo no passado e no que me ocorreu, manifesto uma vida incompleta, imperfeita. 
Quando retiramos as mágoas profundas, os medos, a negatividade, podemos viver mais intensamente nosso agora. Somente assim terá sentido dizer que “vivemos um agora”, pois retiraremos os pontos de fuga de energia originados em momentos distintos de nossas vidas. Usando a metáfora de uma planta, não teremos mais os brotos ladrões de nossa seiva, mas um caule firme, viçoso, cheio de vida. 
“Os sistemas de crenças transmitidos através dos meios de comunicação de massa, que a maioria das pessoas crê como verdadeiros, constantemente alimentam os traumas, bloqueios e sentimentos negativos, impedindo que floresça a verdadeira essência de cada ser. As ideias e conceitos estabelecidos podem fazer muitas pessoas reforçarem sentimentos de perda, mágoas ou, ao contrário, a lembrança de momentos positivos que viveram e que não fazem parte das suas vidas no presente. A maioria destas pessoas sente-se agradecida por estes fatos terem sido revividos, parecendo que deixaram um tempo mais feliz para trás. Mas se o presente é menos importante ou não tão feliz como o passado, algo há de errado com o agora. Deve-se, então, trabalhar para descobrir onde a alegria foi perdida. Somente quem estiver livre, de mente, corpo e sentimentos, poderá de fato crescer espiritualmente. 
“A liberdade advém como consequência da autotransformação. Mas é necessário querer a liberdade, e ao preço de deixar ao vento as folhas secas que caem do outono enevoado do tempo das nossas lembranças...”       Manual do MOINTIAN. Efeito das Iniciações. P. 54. 


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