05/01/2019
RESOLUÇÕES PROFUNDAS – Parte I
Com esta série de tópicos, quero mostrar a importância da avaliação e análise de fatos e conflitos que tenhamos deixado sem a devida atenção em nossas vidas.
Primeiramente, quero deixar claro que, por mais que tenhamos conflitos, traumas e bloqueios que nos tornem vulneráveis ou que nos impeçam de viver uma vida plena e integrada, estamos em uma classe de seres privilegiados, pelas ferramentas e a visão de vida que conseguimos obter por meio de nossa filosofia e prática de vida.
Essa série de tópicos vai servir para que tenhamos a coragem e a determinação de entendermos, mais a fundo, nossas fraquezas, nossos comportamentos, nossas reações e que possamos ver a nós mesmos com a máxima transparência, eliminando o que não precisamos conservar e assumindo o que podemos ser, como seres conectados às nossas essências.
Serão quatro postagens, uma a cada dois dias:
Parte I:
- A - Diferença entre eliminar situações do passado e conversa com a bolha;
- B - A necessidade de resoluções profundas
Parte II:
- C - Os problemas reais escondidos
- D - Sobre situações de vida que não mudam
Parte III:
- E - Sobre a cura ou ruptura com padrões
- F - Nosso elo com o superior
Parte IV:
- G - Modificações cerebrais
Tenham boas reflexões.
A - DIFERENÇA ENTRE ELIMINAR SITUAÇÕES DO PASSADO E CONVERSA COM A BOLHA
Qual a diferença e a forma de utilização correta das técnicas de eliminar situações do passado e a da conversa com a bolha?
Geralmente, realiza-se as técnicas com símbolos (como Eliminar Situações do Passado, do Nível II do Manual do MOINTIAN), pensando na energia inteligente, ou seja, que a energia deve, por si, eliminar quaisquer efeitos de traumas, bloqueios ou mesmo energias negativas, mas sem buscar a fonte dos problemas e sem tê-los conscientes. Considero isso um grave engano. Então, é preciso tornar-se consciente dos processos que ficam para trás e, na maioria das vezes, escondidos, mesmo que se utilize da energia para a sua liberação. Quando a liberação ocorre, ela exige, para que se complete a técnica, que a pessoa esteja consciente do que vai ser liberado e, da mesma maneira, que tenha permitido, para si mesma, a abertura para a transformação, dissolvendo de fato o que estava lá atrás, nos processos de traumas. Então, é preciso entender que a conversa na bolha (Capítulo 7.2. Dissolver, do livro Práticas Para a Meditação Livre, página 63) é o enfrentamento, é a conscientização e a real eliminação de um bloqueio ou trauma, que pode ser dissolvido, acrescentando aí a força da energia – as duas formas se complementam, acrescentando-se os símbolos ao iniciar a “conversa”. Por isso, é importante que cada processo, que cada lembrança, que cada evento, seja levado para dentro da bolha e seja trabalhado. Porque que, aí sim, e depois de algumas vezes de prática, pode ser acrescentada a energia dos símbolos. É preciso ter a firmeza de propósito para que tudo seja eliminado e os efeitos sejam transmutados. Essa firmeza de propósito é a necessidade de transformação, é a necessidade de eliminar um sintoma, de eliminar um padrão, gerado por consequência de uma interferência no processo natural de crescimento, como seja um trauma ou uma situação conflitante. Nisso entra uma preparação, para tudo isso (a conversa e a eliminação) que é a “abertura às transformações”. Essa ação conjunta, clara, estabelecida pela vontade de realmente haver transformação e eliminação de um conjunto de fatores nocivos, torna-se realmente transformadora.
Na ordem, então, teríamos as seguintes técnicas:
Abertura às Transformações (página 161 do Manual do MOINTIAN) – como forma de preparação da personalidade para permitir a transformação;
A conversa na bolha (página 63 do livro Práticas Para a Meditação Livre, Capítulo 7.2. Dissolver) – com cada processo, com cada situação conflitante e pessoas, se for o caso, de forma consciente e com enfrentamento;
Liberar Situações do Passado (página 164 do Manual do MOINTIAN)– como acréscimo de energia e força para o processo de transformação ocorrer.
B - A NECESSIDADE DE RESOLUÇÕES PROFUNDAS
É preciso entender e fazer a diferença entre os problemas que estamos resolvendo, se são da personalidade ou da alma. Falemos dos primeiros, que nos interessam aqui. Os problemas de ordem material, que envolvem os corpos da personalidade, o ego, a consciência, são os problemas que envolvem as memórias, os corpos, os átomos, a genética física. Esses problemas envolvem tudo o que se relaciona às definições da psicologia, da psicanálise, porque elas atuam e se destinam ao ser humano com seus corpos de terceira dimensão. Deve-se atentar apenas ao tipo de pessoas que atuam nessas áreas, como terapeutas, e o que elas pretendem com as suas práticas: é preciso fazer distinção entre a definição de algo e a sua prática, pois isso envolve pessoas diferentes, com concepções e propósitos diferentes, mesmo que digam atuar em uma área comum. Eu sempre afirmei que, para a resolução profunda, para a consecução espiritual, o envolvimento com os problemas de ordem psicológica causaria um retrocesso. No entanto, venho hoje, depois de anos, elucidar o fato de que eu sempre pensei, quando escrevi as principais indicações do Método, em pessoas realmente prontas, sem os problemas mais comuns da personalidade, ou que não estivessem sofrendo com os problemas de ordem traumáticas envolvendo sua personalidade. Apesar disso, eu vejo que a maioria dos que estão iniciados, têm ou tiveram algum problema de ordem psicológica ou emocional. E noto que muitos esqueceram de analisar esses pontos mais profundos de si mesmos e deixaram de resolvê-los, por não olharem de maneira absurdamente transparente para suas emoções e reações a fim de se entenderem a ponto de se dizerem prontos para o salto real e viver uma vida mais plena, de acordo com todos os princípios de uma consciência livre. Quando eu falei que há uma enrolação nos processos psicológicos, que parecem atrasar as resoluções que permitem esse desabrochar, alguns entenderam que não deveriam mexer em seus problemas profundos e reais. Com isso, mesmo tendo alcançado aquele fio, aquele laço profundo de ligação com seu eu superior, mesmo tendo integrado a parte superior de si mesmos e reconhecendo sua essência, continuam presos a fatores materiais, como os problemas causados por traumas, bloqueios, conflitos internos ou familiares, a questão do sustento ou da sexualidade, que são os pilares da existência, e não conseguem sair de padrões estabelecidos justamente por conta desses problemas terem se originado em fases onde a construção da vida plena e alegre se daria. Foi rompido o curso normal da vida, nesse sentido. Isso ocasiona a ruptura com o fluxo real que deveria ser atingido e, assim, fica-se a mercê de um sem número de forças que são regidas pelos padrões estabelecidos e conservados e não pela força da vida em si, que deveria estar norteando sua vida. A força dos conflitos é maior que a força do contato interno, quando não se resolve as situações passadas ou conflitos e se permanece inconsciente de suas influências mais profundas. Isso é o que estou tentando reverter agora, chamando a atenção para que se reveja os conceitos e se possa trabalhar de maneira consciente, com transparência, e sem esconder de si mesmo fatos que precisam de ajustes.
É preciso estar, de certa forma, bem resolvido nos aspectos principais da existência: os pilares do sustento e da sexualidade bem resolvidos, e isso gera o domínio da base da vida, que seriam os aspectos família, sustento, amor, convívio, pensamento, emoções, para que se consiga aproveitar da vida alegre e, aí sim, entender o significado da consciência que penetra em uma nova humanidade.
Complementando essa parte, não falamos dos problemas da alma. Esses, seriam os relativos ao grupo espiritual original ou aos efeitos de encarnações sobre a personalidade. Conforme esclareço no livro Uma Nova Consciência Para Uma Nova Humanidade, todas as informações de vidas anteriores aparecem no decorrer da atual existência, mesmo que com roupagens diferentes. Sendo assim, interessa-nos conhecer e resolver os traços que mantemos no curso desta existência.
Seguimos...
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