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RESOLUÇÕES PROFUNDAS – Parte II

07/01/2019


RESOLUÇÕES PROFUNDAS – Parte II 

NOTA INICIAL: É preciso entender que as definições escritas são generalizadas. Elas expõem temas importantes, vitais, elas esclarecem sobre pontos que precisam ser trabalhados. Mas deve-se ter em mente que cada um de nós tem suas particularidades, e que as definições servem como parâmetros para se reconhecer os fatores que desencadeiam problemas. Mas as maneiras de solucioná-los precisam ser muito estudadas, para que se adeque a cada caso em particular. 

  Parte II: 
  • C - Os problemas reais escondidos 
  • D - Sobre situações de vida que não mudam 

C - OS PROBLEMAS REAIS ESCONDIDOS 

Quando deixamos esses problemas não resolvidos para trás, percebemos que eles sempre voltam, sejam como um sintoma físico ou emocional. Se escolhemos não olhar, não analisar, podemos estar absolutamente cegos para o que está ocorrendo, pensando que a vida é assim apenas porque tem que ser, por conta de um desígnio divino ou por que estamos num fluxo de vida. Será? Se um problema ou uma situação sempre volta à mente, por favor, vamos analisar e resolver isso! 
É preciso, sim, rever as situações mais profundas, mais escondidas, e analisar por que ficaram sem a devida atenção. É comum, quando alguém vem pedir auxílio, que as conversas girem em torno das mais diversas situações, que podem ser os sintomas ou mesmo os conflitos de trabalho ou os familiares. Na maioria das vezes, essas conversas e esses sintomas são apenas reflexo de um problema maior, que pode ser aquele problema real ou outro ainda mais profundo, que a pessoa nunca consegue chegar a revelar para si mesma. Porque, de maneira geral, todas as outras pessoas sabem e o terapeuta sempre sabe, quase de antemão. Então, as situações que se apresentam como conflito ou os sintomas, são apenas reflexo de algo profundo deixado para trás. Essas conversas são apenas uma fuga do tema principal, uma maneira que se encontra para suportar o que não se quer enxergar e mudar. Muitas pessoas preenchem-se de atividades e afirmam, com gosto, que trabalham demais e que não têm tempo para o que gostariam de fazer. Outras, bem ao contrário, dizem que já fizeram tudo e que agora apenas desfrutam do que há de bom sendo que, ambas, falam apenas de problemas e frustrações. E são cegas para si mesmas. Mas, para ambas, todas as atividades que se encontre para realizar ou os projetos, ou são frustrantes ou não se concretizam, pois estavam ali na tentativa de preencher o buraco das emoções reprimidas, que não resolvem as causas reais. Elas sufocam ainda mais porque, de uma maneira ou outra, os problemas sempre voltam, sempre retornam as repressões, na forma de um mal-estar ou um sintoma físico. E quando pensamos encontrar na meditação uma maneira de escondermos de nós mesmos essas coisas reprimidas, elas retornam, mesmo que não tão intensamente, porque elas precisam ser vistas, analisadas e resolvidas. 
Tudo o que escolhermos fazer como uma compensação, como um preenchimento para não enxergarmos o que precisa ser realmente trabalhado, volta com força maior, até que se manifeste como um problema grave. Eu sempre disse que se uma pessoa escolhe seu mundo, cria seu mundo e vive nele com alegria, está melhor que uma pessoa que se entope de medicamentos. Mas isso só pode ser verdade se, em algum momento, ela realmente olha para si, se ela conhece e transforma aquelas partes suas que estão lá guardadas. Do contrário, não há uma evolução real, mas outra máscara para suportar o mundo. As ferramentas para esse trabalho todo já estão dadas. Mas é preciso querer ver, querer suportar trabalhar em si de maneira consciente, analisando tudo, desde a primeira memória, e ver onde resolvemos, onde compensamos, onde escondemos, onde reprimimos e onde podemos ser transparentes e trabalhar. 
Porque o silencio, de fato, é aquele que não é corrompido por ruídos externos. É aquele que está conectado a tudo, mas não precisa, realmente, de nada para se manifestar. Então, eu te pergunto: já estiveste em silêncio? Porque os ruídos formam o mundo que construímos. Se ele está cheio de coisas que nos preenchem, não pode manifestar o silêncio da sala vazia... 


D - SOBRE SITUAÇÕES DE VIDA QUE NÃO MUDAM 

Criamos uma resistência, uma couraça que impede de vermos nossos enganos e seguirmos adiante. Por que fazemos isso? De onde isso vem? 
É na construção, desde a mais tenra idade, dos conceitos, dos dogmas, dos preceitos morais, das formas de conduta que vão se arraigando, tomando forma, determinando atitudes e reações, e que perduram por toda a vida, que vão definindo o ser humano por aquilo que ele não entende e não vê que é. 
É impossível mudar o que não se entende, não se vê, não se sabe que precisa ser mudado. 
O que não se vê é um inimigo invisível que destrói a vida e é o inimigo que, mesmo sendo invisível e não detectável, defendemos com armas, quando mostramos, aos outros, ao mundo e a nós mesmos, “aquilo que somos desde sempre”... O “sempre fui assim” mostra bem o que não queremos mudar... 
Como mudar isso? O que pode determinar o que precisamos fazer para mudar? Tomar consciência é um princípio mas, é também, a destruição da vida como a conhecemos. Pensando assim, o que precisa ser mudado, de fato? Tudo. Todas as formas de pensamento que, de alguma maneira, geram pensamentos de prisão, de bloqueio, de mal-estar, devem ser modificados. 
Como estar solto, sem as amarras, sem o pensamento que sempre tivemos e, sentir a angústia, a pressão de sermos diferentes e, ainda assim, continuarmos na busca pela felicidade? 
É o caso, por exemplo, de uma pessoa que viveu oprimida, pressionada emocionalmente ao longo de sua vida. Ela vai-se destruindo pouco a pouco, por não entender todas as angústias que absorveu. Ou alguém que ficou presa a uma situação de abuso emocional pensando que amava, quando na verdade era oprimida. O corpo não resiste quando a prisão emocional é forte e impede que a verdadeira face da própria vida seja vista. 
Quando alguém não se vê, o corpo vai mostrando que há algo errado. Por exemplo, se alguém retém ou se mantém em uma posição rígida, aparecem as artrites e artroses, os dedos se tornam garras que querem prender a própria vida. Mas a solução estaria no próprio amor, aquele amor que nunca esteve ali. Isso é visto por quem olha de fora. Todas as coisas assim arraigadas e que matam aos poucos podem ser vistas por quem olha de fora da vida de quem a vive. A própria pessoa não entende. 
Mas e os outros motivos? E aqueles que até mesmo quem olha de fora não enxerga? E se enxergasse, veria, no seu julgamento da situação aparente, apenas uma parte muito superficial do problema? 
Os afazeres, os hobbies, as ocupações, devem estar entre as ocupações principais daqueles que não se definiram em suas vidas ou que vivem um dia após o outro como se estivessem sem sentido. Mas é preciso, ainda assim, viver como se fosse o último dia, não dar tanta importância a si mesmo, no sentido de que somos substituíveis em tudo, mas que, ao mesmo tempo, somos únicos, mudando o foco da importância para o dia, para a coisa em si, para a vida em si. Porque a projeção, que é fantasiosa por quem vive sem perspectivas, cria um terror e aumenta o vazio. A importância deve estar no hoje, no agora, no presente, na vida de hoje, sem centrar na solução fantasiosa, mas no que se tem na frente, no que se está vivendo. 
Os hobbies são formas de se suportar a vida, mas não são a resolução. Precisam ser sempre modificados, mas vividos com intensidade. 

  Se houver algum ponto do teu corpo com maior necessidade de energia por causa de uma dor ou inflamação, não queiras retirá-la, pede para compreender o motivo da sua manifestação. Aceita e compreende este fato como uma lição. Se for conflito emocional, podes dispensar maior atenção direcionando o fluxo para que retire amarguras, ressentimentos ou incompreensões através do (centro) alta-maior. Mantém o coração aberto para que possas compreender as lições que os desequilíbrios manifestam. Manual do MOINTIAN, p. 204. 

Seguimos...




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