Páginas

RESOLUÇÕES PROFUNDAS – Parte III

08/01/2019


RESOLUÇÕES PROFUNDAS – Parte III

  Parte III:
  • E – Sobre a cura ou ruptura com padrões
  • F – Nosso elo com o superior


E - SOBRE A CURA OU RUPTURA COM PADRÕES

Como uma pessoa se cura? Quando ocorre a ruptura com um padrão?
O rechaço que se tem por uma pessoa que apresenta problemas psicológicos e emocionais é assustador. A mesma couraça que a encasula em um sistema de crenças, de proteção e de defesa, a faz ser ainda mais ignorada, reprimida, excluída ou antipatizada. A manifestação de todas essas coisas que, hoje, vejo muito mais que características negativas, expõe o pedido de socorro em suas faces. Mas, como se pode perceber, ou se deveria perceber, quase nunca nem a própria pessoa reconhece que está manifestando um padrão de pedido de socorro. O que fica, na aparência e na convivência, é que a pessoa tem um mau gênio. É preciso analisar-se para entender tudo o que ocorre, todas as reações que se tem e o que se está guardando ou reprimindo.
Quando se retém um problema, quando não conseguimos enfrentá-lo ou manifestá-lo, estamos presos a um conflito. De certa maneira, mesmo que não consigamos reconhecer a origem real, como quando um trauma é muito profundo a ponto de que não tenhamos consciência total dos acontecimentos, vivemos uma mentira para nós mesmos. A falta de enfrentamento, da descoberta da verdade sobre um fato ou o esclarecimento, quando é preciso dizer algo que ficou guardado, por medo ou insegurança, leva-nos a viver em um conflito que, em um momento ou outro, vai explodir, vai gerar um problema maior, seja na somatização ou no impedimento de vivermos uma vida feliz. A vida de quem procede dessa maneira é como uma mentira e isso entrava a possibilidade de conexão interna e que o fluxo da vida seja pleno. As memórias não se apagam, daquilo que sofremos, mas podemos encarar o mundo, a realidade, de uma maneira diferente, sem o peso do segredo, do sofrimento guardado, da incerteza do futuro, quando se externa uma verdade profunda, guardada de nós mesmos, por medo da felicidade...


F. NOSSO ELO COM O SUPERIOR

  “Devemos ter a consciência entregue ao Eu Superior sabendo, estando conscientes, que uma ligação, como um fio, permite que tudo o que há de divino esteja ao nosso alcance”. Conversando Sobre MOINTIAN, p. 142.

Sabemos que é essencial sentir, pelo menos uma vez, nossa conexão espiritual e que podemos atingir um elevado nível de consciência. Sabemos que, uma vez isso atingido, vamos querer repetir essa façanha. Alguns sabem que, mesmo sem a consciência plena de que existe um “outro lado”, estão já realizados no plano interno. Muitos desses talvez o saibam por terem sentido aquela conexão superior pelo menos uma vez.
Ainda assim, mesmo com toda uma integração atingida, se, lá dentro, no profundo de nossa mente, estão presos os problemas, os traumas, as desordens mentais e, principalmente, anos de sentimentos e emoções reprimidas, essas coisas irão explodir com o tempo. Elas virão como bombas, e cada vez mais fortes e destruidoras. Por isso, é preciso ter foco, direcionar a energia destruidora para propósitos positivos da vida, da construção da vida. E entra nisso muita atividade, como caminhar, cansar o corpo, e as práticas de meditação mais simples como as que foram apresentadas no livro Práticas Para a Meditação Livre e no CD de meditação. Se, tempos atrás, eu era contra a gravação do EBM, porque para mim o importante era que cada um atingisse e vivesse, por si mesmo, a espiritualidade, hoje vejo que muitos se perdem nas explosões de suas bombas internas e isso pode determinar o sucesso ou o fracasso do processo de cura, tanto da personalidade como espiritual. Assim, a gravação que está no CD ajuda quem está passando por uma crise, pois é muito mais fácil apenas ouvir o exercício que realizá-lo conscientemente. Eu tenho sentido isso em mim mesmo, nas mais diversas situações, quando se faz necessário um breve isolamento do ambiente ou quando é preciso encontrar uma resposta clara e rápida sobre alguma situação.

  “(...) Nesse aspecto, até mesmo o que se manifesta como um problema pode ser uma missão a ser cumprida, no sentido de que sua resolução representa um aprendizado para muitas outras pessoas”. Conversando Sobre MOINTIAN, p. 142.

Como fazer para tudo isso passar? Como retirar isso da minha vida? Colocar para fora ainda parece ser o melhor remédio, mas pode ser perigoso, pelo fato de que, se a pessoa não estiver assistida, pode desencadear um processo de culpa e autodestruição. Tudo isso é determinado tanto pela gravidade do problema como pelo nível de autoestima e valorização pessoal.
É extremamente importante manter o foco, manter a ocupação, em primeiro lugar e, acima de tudo, encontrar a maneira de identificar e transformar a parte negativa, ou que gera o conflito, em algo frutífero e positivo. Os ganchos emocionais que desencadeiam os processos precisam ser identificados e corretamente analisados para que possam ter os efeitos de diminuição das reações. Ao mesmo tempo, todo mundo que encontra seu foco veste uma máscara e quer mostrar o que é, e faz disso sua loucura, e volta novamente para o início da conversa... com outro problema e outro conflito interno a ser, em algum momento, enfrentado. Encontrar respostas e meios que amenizem as crises não pode se tornar uma máscara da realidade. Deve proporcionar uma força para que se continue a encontrar a fonte real dos problemas. Ajuda muito, e é ferramenta essencial, entrar em períodos de reclusão, conforme ensino no Capítulo 4.7 – Reclusão e Mentalidade, do livro Uma Nova Consciência Para Uma Nova Humanidade.
É preciso ter consciência que o aspecto mais importante de tudo isso é saber que a única força, o único remédio realmente eficaz, é a certeza de ter estabelecido, pelo menos uma única vez, o estado de conexão interna com o Eu Superior. É preciso manter firme aquele fio de conexão com o superior sabendo que, uma vez estabelecido, e mesmo que não tenha sido possível repetir o contato mais vezes, sua memória e seus efeitos permanecerão em nossa mente.

Uma pessoa fez um importante questionamento: Qual a importância ou o propósito da evolução espiritual e que sentido isso tem, se ainda vivemos com tantos conflitos e a vida é tão cheia de intermináveis problemas?
Essa é a diferença entre a espiritualidade para mostrar conceitos e seres fantásticos e a espiritualidade da vida prática, que inicia com a resolução particular. Temos ferramentas que aceleram o encontro interno e, ao mesmo tempo, auxiliam nas resoluções mais profundamente escondidas. Mas é preciso entender bem isso e querer que as resoluções ocorram.
O propósito da evolução é a evolução por si mesma. Quando se atinge o ponto de conexão interna e entendemos que nossa vida cotidiana se equilibrou, tendo resolvido nossos conflitos pessoais principais, vamos trabalhar para que outros também consigam isso. No final, está o fato de que faremos parte de um grupo de seres atuantes em uma dimensão de realidade distinta, plenos, e com a força e o propósito de, aí sim, auxiliar os demais.

Seguimos...


Nenhum comentário:

Postar um comentário

Grato pelo comentário.