25 nov 2018
CARMA ZERO II E LIVRE ARBÍTRIO
52. CARMA ZERO 2 E LIVRE ARBÍTRIO
Ao iniciar o presente
tópico, preciso fazer referência ao conceito de eliminação do termo “carma”,
como exposto no livro “Uma Nova Consciência Para Uma Nova Humanidade”, na
página 129:
(...)
Para a consecução da plenitude espiritual temos que abolir termos, definições e
práticas que estejam em desacordo com a atual fase planetária e com a vida
interna. Algo que precisamos eliminar é a ideia de que exista carma. Para isso,
precisamos tomar uma decisão: a de assumir as rédeas de nossa própria
evolução. É preciso dizer um basta ao sofrimento, aos dogmas e aos conceitos
esotéricos ultrapassados. (...)
Esse sempre foi um tema
polêmico, porque a maioria das pessoas entendem a ideia de carma baseada,
principalmente, na interpretação espírita da questão. Os espíritas tomaram esse
termo das culturas orientais e o tornaram comum, massificaram-no. Traduziram-no
para uma linguagem popular aceitável para a maioria da população, cansada de
uma condenação eterna, informada pelos dogmas das religiões ocidentais. Mas,
esse conceito, se formos analisar filosófica e socialmente, tem sua origem em
um controle social e em separatismo e discriminação aplicados pelas castas e
pelas sociedades orientais de onde provieram. Há dois aspectos aqui: aquele do
histórico, no qual viemos a conhecer, sobre a questão das castas – e nisso
entram os dogmas das religiões orientais; e o de além ou aquém dos conceitos
históricos, que nos remetem ao separatismo por origens divinas ou por grupos
dominantes – algo complexo. Na análise que proponho, da eliminação desse termo,
não está descartado o fato de que este nosso planeta é essencialmente cármico,
no sentido desse separatismo, e que os atos têm consequência para aqueles que
estão sob o jugo de “deus” e de todos os soberanos e dominadores deste plano,
desta dimensão. Quando falo da necessidade de eliminar a ideia de carma,
proponho uma reformulação do entendimento profundo que isso significa. E assim
o faço para aqueles que saem desse jogo ou que entendem como deve ser a
espiritualidade e que possam assimilar a necessidade de eliminar a ideia de que
alguém controla seus destinos, de que alguém coordena todos os movimentos de
suas vidas ou de que alguém projetou, arquitetou, organizou e ainda comanda
todos os passos da vida dessas pessoas. Então, aqui, a questão não é apenas a direção
de um destino, na questão de obter o domínio sobre a vida pelo livre arbítrio,
mas a questão é de estar fora de um domínio e de entender o processo da vida
espiritual distante ou para além das determinações dos conceitos estabelecidos
para a massa. Toda a espiritualidade que tento revelar está baseada nesse princípio,
da liberdade ou da libertação de uma camada dimensional que denomino Campânula.
Fugir da campânula ou sair desse jogo, e entender como a espiritualidade e a
religiosidade foi estruturada. É preciso entender que estar fora dessa
conceitualização de carma, como
definida pelas religiões, na sua origem, e no quesito da espiritualidade como
proveniente de um domínio, não nos exime, absolutamente, das consequências de nossos
atos ou de nossas decisões. Especialmente se elas envolvem a vida de outras
pessoas, sentimentos, posturas e emoções, pois nisso, entram as consequências
físicas, morais e sociais que fazem parte de nossa estrutura de personalidade. Mas,
é preciso entender que queremos, isso sim, eliminar o jogo das forças que nos
obrigam a encarnar, que nos obrigam a voltar expiando determinadas culpas. O que queremos é a resolução, em um
outro plano, em outra dimensão, e de uma maneira distinta da estabelecida. Toda
essa conceitualização foi colocada na Parte V do livro “Conversando Sobre
MOINTIAN”. Um estudo cuidadoso da filosofia ali exposta leva-nos a entender esse
aspecto, que finaliza com a conclusão do livro "Uma Nova Consciência Para Uma Nova Humanidade", como sendo a melhor
explicação para aqueles que querem fugir desse jogo. Não se questiona o fato de
que nosso planeta, manifestado na terceira dimensão, é essencialmente cármico.
É preciso entender claramente isso. Aliás, não é a questão de um planeta, mas
de uma dimensão.
Livre Arbítrio
A questão do livre-arbítrio
sempre nos chama atenção. Há alguns aspectos importantes de analisarmos.
Primeiramente, há uma questão de que, aqueles que estão sob o domínio da
Campânula e de tudo que lhe corresponde, pensam que exercem alguma escolha
quando, no entanto, vivem afirmando que “não existe acaso” e que “tudo tem
propósito”. Esses, são os que deixam seus destinos nas mãos de seus senhores
(invisíveis, fique claro), enquanto pensam que há uma conexão com sua parte
divina ou algo nesse nível. Depois, há os que entendem que existe esse jogo e
que dominam certas forças, e que podem exercer certo domínio de si mesmos.
Entretanto, a maioria ainda está dominada pelo seu inconsciente, que determina
seus atos, sua maneira de pensar e, principalmente, suas escolhas. É óbvio que
existe nisso um aparcela de destino no
sentido denominado por algumas religiões, que é a parcela do inconsciente que
se conecta com o inconsciente coletivo e que impede o real crescimento, a
evolução e a tomada de decisões corretas.
Mas o fim a que se destina
a espiritualidade renovada é o da saída da campânula no sentido de livrar-se do
jogo de dominadores e no sentido de não necessitar mais encarnar para conseguir
alcançar o cume da espiritualidade, que é a entrada no reino espiritual.
Nisso, entra o aspecto
superior da questão, que está além do livre-arbítrio e além do jogo da dominação.
É a entrega ao superior, à essência, por se estar consciente, integrado,
participante do fluxo superior. Mas, se não houver discernimento suficiente,
com extremo autoconhecimento, a enganação da personalidade e a enganação dos
conceitos massificados nos deixam à mercê das forças denominadas “destino”...