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RESOLUÇÕES PROFUNDAS - Parte IV

11/01/2019



RESOLUÇÕES PROFUNDAS – Parte IV

  Parte IV:
  • G – Modificações Cerebrais
  • H – Estabelecendo Resultados


G - MODIFICAÇÕES CEREBRAIS

Diante da constatação de que ocorrem muitas modificações físicas cerebrais por conta da prática de meditação, alterações que mexem com as configurações físico-químicas, isso também determina as mudanças comportamentais que, em um primeiro momento, podem se manifestar como ajustes importantes de personalidade, mas que, decorrido certo tempo, apresentam-se como um aprofundamento dos casos patológicos. Isso decorre da estrutura sendo reorganizada e na busca pela origem mais profunda, tanto consciente como inconscientemente, das causas reais dos problemas. Isso também se deve a que a pessoa que pratica fica mais forte, no sentido de ter a capacidade para querer e poder ir mais a fundo no descobrimento e no enfrentamento de suas verdadeiras faces, de seus verdadeiros transtornos e de suas verdadeiras barreiras. Além de que, afloram suas necessidades reais e seus desconfortos em relação à sua vida, especialmente quando a procura inicial, pela meditação, se deu por insatisfação, como o é na grande maioria dos casos.
Analisando sob o ponto de vista fisiológico, as alterações cerebrais encontradas em determinados transtornos psiquiátricos são correspondentes às alterações ou efeitos dos processos meditativos e de relaxamento profundo. Em certa medida, as alterações positivas revertem um quadro instalado por anos, melhorando consideravelmente os sintomas e, em alguns casos, eliminando os transtornos. A plasticidade e a reestruturação cerebral abrem caminhos para que novas conexões sejam feitas, alavancando a pessoa para um nível mais profundo de consciência. Ao mesmo tempo que as resoluções se aprofundam e assentam, a força gerada pelas resoluções provoca um aprofundamento significativo na busca por níveis contrariamente mais obscuros de seu ser. Isso é o que comumente chamamos de evolução, que é a elevação da consciência por um lado, e a retirada de camadas cada vez mais profundas oriundas da personalidade, como um todo, por outro. A oscilação de resultados reside no fato de que os caminhos neurais já formados são mais fáceis de serem encontrados, refazendo as ligações neurais anteriores, em detrimento das novas possibilidades atingidas. É preciso persistência nesse processo, para que novos caminhos sejam estabelecidos, instalando as modificações na consciência. É preciso coragem, daquele que caminha por esse mundo de descobertas, para enfrentar os desafios que sua própria existência lhe coloca. Para alguns, parece que nada muda, ou que a vida permanece sempre cheia de confusões. Mas, a evolução é em espiral ascendente: parece um retorno ao mesmo ponto, mas é uma volta paralela e distante da anterior.
É o mesmo que se diz já no manual do MOINTIAN sobre que, por mais que uma iniciação gere uma força tal que possibilite “zerar” as manifestações, os contatos, as forças contrárias ao desenvolvimento, e que elimine até iniciações negativas anteriores, cada um tem, em si, a escolha profunda ou inconsciente que seja, de mudar definitivamente ou permanecer do mesmo modo. Se o aluno que recebe uma força, seja por meio de iniciação ou de um grupo de técnicas, não segue a indicação precisa de realizar as técnicas pelo mês consecutivo, o que cria a mudança de um hábito ou característica, aquelas mesmas ideias anteriores irão novamente se instalar, por meio das conexões cerebrais, muito antes de falarmos de energéticas.


H – ESTABELECENDO RESULTADOS

É importante entender que as memórias dos traumas e problemas que formos resolvendo, permanecem. Mas, seus efeitos em nossas vidas diminuem ou mesmo somem por meio das técnicas apresentadas. É importante entender que, para todas e cada uma das situações vividas, precisamos realizar a “conversa” e enfrentar o desafio de analisar a realidade vivida. Somente assim retiraremos a força desses fatos e a traremos para a nossa vida presente.
É muito comum que uma pessoa que tenha sofrido um trauma na infância, manifeste ainda na vida adulta características da idade que tinha quando o fato ocorreu. A resolução desses conflitos redireciona todo o fluxo da vida, reorganiza a personalidade e permite que as conexões se estabeleçam em níveis muito superiores. Redirecionando o fluxo da energia de consciência, vamos poder viver a cronologia atual, superando as fases que foram perdidas, e encontrando um novo rumo, mais alegre, para o presente.

As conexões superiores alcançadas jamais se perdem. No entanto, as conexões realizadas em nível emocional tornam imperceptíveis as conexões superiores. Quando se entra em contato com forças/energias/vibrações que sejam de nível emocional ou astral, essas conexões turvam as conexões superiores. Muitas vezes, estabelecemos conexões superiores, mas voltamos a ter as emoções anteriores, coligando-nos com as “vibrações negativas”, que nada mais são que nosso padrão de vida, nossos sistemas de crenças e nossas formas de repetirmos comportamentos, justamente por conta daquelas ligações já estabelecidas inclusive em nível cerebral. Isso impede uma cura profunda, pois revitaliza o sofrimento. É isso que tenho tentado falar, tanto em relação às conexões astrais como em relação a manter no passado o que for do passado.
Por mais que se faça uma ruptura com sentimentos, energias e sofrimentos passados, se não rompemos a força gerada no momento, sempre que lembrarmos, estaremos religando-nos a esses sentimentos e energias. Por isso que as técnicas de dissolução precisam ser muito bem entendidas e realizadas de maneira consciente. Só assim a carga da energia depositada no passado deixará de ter uma atração tão forte sobre nossa personalidade. É uma libertação. As memórias permanecem, talvez até mais vivas, mas a energia lá depositada se dissolve e poderá ser redirecionada para o presente.



No momento é isso. Essas são algumas das considerações que fazem parte do trabalho de autoconhecimento e trabalho profundo da consciência. Assim que concluirmos a fase de encontros sobre a terapêutica do MOINTIAN farei um arquivo especial em PDF com todas as novas postagens e esclarecimentos.

Seguimos...


RESOLUÇÕES PROFUNDAS – Parte III

08/01/2019


RESOLUÇÕES PROFUNDAS – Parte III

  Parte III:
  • E – Sobre a cura ou ruptura com padrões
  • F – Nosso elo com o superior


E - SOBRE A CURA OU RUPTURA COM PADRÕES

Como uma pessoa se cura? Quando ocorre a ruptura com um padrão?
O rechaço que se tem por uma pessoa que apresenta problemas psicológicos e emocionais é assustador. A mesma couraça que a encasula em um sistema de crenças, de proteção e de defesa, a faz ser ainda mais ignorada, reprimida, excluída ou antipatizada. A manifestação de todas essas coisas que, hoje, vejo muito mais que características negativas, expõe o pedido de socorro em suas faces. Mas, como se pode perceber, ou se deveria perceber, quase nunca nem a própria pessoa reconhece que está manifestando um padrão de pedido de socorro. O que fica, na aparência e na convivência, é que a pessoa tem um mau gênio. É preciso analisar-se para entender tudo o que ocorre, todas as reações que se tem e o que se está guardando ou reprimindo.
Quando se retém um problema, quando não conseguimos enfrentá-lo ou manifestá-lo, estamos presos a um conflito. De certa maneira, mesmo que não consigamos reconhecer a origem real, como quando um trauma é muito profundo a ponto de que não tenhamos consciência total dos acontecimentos, vivemos uma mentira para nós mesmos. A falta de enfrentamento, da descoberta da verdade sobre um fato ou o esclarecimento, quando é preciso dizer algo que ficou guardado, por medo ou insegurança, leva-nos a viver em um conflito que, em um momento ou outro, vai explodir, vai gerar um problema maior, seja na somatização ou no impedimento de vivermos uma vida feliz. A vida de quem procede dessa maneira é como uma mentira e isso entrava a possibilidade de conexão interna e que o fluxo da vida seja pleno. As memórias não se apagam, daquilo que sofremos, mas podemos encarar o mundo, a realidade, de uma maneira diferente, sem o peso do segredo, do sofrimento guardado, da incerteza do futuro, quando se externa uma verdade profunda, guardada de nós mesmos, por medo da felicidade...


F. NOSSO ELO COM O SUPERIOR

  “Devemos ter a consciência entregue ao Eu Superior sabendo, estando conscientes, que uma ligação, como um fio, permite que tudo o que há de divino esteja ao nosso alcance”. Conversando Sobre MOINTIAN, p. 142.

Sabemos que é essencial sentir, pelo menos uma vez, nossa conexão espiritual e que podemos atingir um elevado nível de consciência. Sabemos que, uma vez isso atingido, vamos querer repetir essa façanha. Alguns sabem que, mesmo sem a consciência plena de que existe um “outro lado”, estão já realizados no plano interno. Muitos desses talvez o saibam por terem sentido aquela conexão superior pelo menos uma vez.
Ainda assim, mesmo com toda uma integração atingida, se, lá dentro, no profundo de nossa mente, estão presos os problemas, os traumas, as desordens mentais e, principalmente, anos de sentimentos e emoções reprimidas, essas coisas irão explodir com o tempo. Elas virão como bombas, e cada vez mais fortes e destruidoras. Por isso, é preciso ter foco, direcionar a energia destruidora para propósitos positivos da vida, da construção da vida. E entra nisso muita atividade, como caminhar, cansar o corpo, e as práticas de meditação mais simples como as que foram apresentadas no livro Práticas Para a Meditação Livre e no CD de meditação. Se, tempos atrás, eu era contra a gravação do EBM, porque para mim o importante era que cada um atingisse e vivesse, por si mesmo, a espiritualidade, hoje vejo que muitos se perdem nas explosões de suas bombas internas e isso pode determinar o sucesso ou o fracasso do processo de cura, tanto da personalidade como espiritual. Assim, a gravação que está no CD ajuda quem está passando por uma crise, pois é muito mais fácil apenas ouvir o exercício que realizá-lo conscientemente. Eu tenho sentido isso em mim mesmo, nas mais diversas situações, quando se faz necessário um breve isolamento do ambiente ou quando é preciso encontrar uma resposta clara e rápida sobre alguma situação.

  “(...) Nesse aspecto, até mesmo o que se manifesta como um problema pode ser uma missão a ser cumprida, no sentido de que sua resolução representa um aprendizado para muitas outras pessoas”. Conversando Sobre MOINTIAN, p. 142.

Como fazer para tudo isso passar? Como retirar isso da minha vida? Colocar para fora ainda parece ser o melhor remédio, mas pode ser perigoso, pelo fato de que, se a pessoa não estiver assistida, pode desencadear um processo de culpa e autodestruição. Tudo isso é determinado tanto pela gravidade do problema como pelo nível de autoestima e valorização pessoal.
É extremamente importante manter o foco, manter a ocupação, em primeiro lugar e, acima de tudo, encontrar a maneira de identificar e transformar a parte negativa, ou que gera o conflito, em algo frutífero e positivo. Os ganchos emocionais que desencadeiam os processos precisam ser identificados e corretamente analisados para que possam ter os efeitos de diminuição das reações. Ao mesmo tempo, todo mundo que encontra seu foco veste uma máscara e quer mostrar o que é, e faz disso sua loucura, e volta novamente para o início da conversa... com outro problema e outro conflito interno a ser, em algum momento, enfrentado. Encontrar respostas e meios que amenizem as crises não pode se tornar uma máscara da realidade. Deve proporcionar uma força para que se continue a encontrar a fonte real dos problemas. Ajuda muito, e é ferramenta essencial, entrar em períodos de reclusão, conforme ensino no Capítulo 4.7 – Reclusão e Mentalidade, do livro Uma Nova Consciência Para Uma Nova Humanidade.
É preciso ter consciência que o aspecto mais importante de tudo isso é saber que a única força, o único remédio realmente eficaz, é a certeza de ter estabelecido, pelo menos uma única vez, o estado de conexão interna com o Eu Superior. É preciso manter firme aquele fio de conexão com o superior sabendo que, uma vez estabelecido, e mesmo que não tenha sido possível repetir o contato mais vezes, sua memória e seus efeitos permanecerão em nossa mente.

Uma pessoa fez um importante questionamento: Qual a importância ou o propósito da evolução espiritual e que sentido isso tem, se ainda vivemos com tantos conflitos e a vida é tão cheia de intermináveis problemas?
Essa é a diferença entre a espiritualidade para mostrar conceitos e seres fantásticos e a espiritualidade da vida prática, que inicia com a resolução particular. Temos ferramentas que aceleram o encontro interno e, ao mesmo tempo, auxiliam nas resoluções mais profundamente escondidas. Mas é preciso entender bem isso e querer que as resoluções ocorram.
O propósito da evolução é a evolução por si mesma. Quando se atinge o ponto de conexão interna e entendemos que nossa vida cotidiana se equilibrou, tendo resolvido nossos conflitos pessoais principais, vamos trabalhar para que outros também consigam isso. No final, está o fato de que faremos parte de um grupo de seres atuantes em uma dimensão de realidade distinta, plenos, e com a força e o propósito de, aí sim, auxiliar os demais.

Seguimos...


RESOLUÇÕES PROFUNDAS – Parte II

07/01/2019


RESOLUÇÕES PROFUNDAS – Parte II 

NOTA INICIAL: É preciso entender que as definições escritas são generalizadas. Elas expõem temas importantes, vitais, elas esclarecem sobre pontos que precisam ser trabalhados. Mas deve-se ter em mente que cada um de nós tem suas particularidades, e que as definições servem como parâmetros para se reconhecer os fatores que desencadeiam problemas. Mas as maneiras de solucioná-los precisam ser muito estudadas, para que se adeque a cada caso em particular. 

  Parte II: 
  • C - Os problemas reais escondidos 
  • D - Sobre situações de vida que não mudam 

C - OS PROBLEMAS REAIS ESCONDIDOS 

Quando deixamos esses problemas não resolvidos para trás, percebemos que eles sempre voltam, sejam como um sintoma físico ou emocional. Se escolhemos não olhar, não analisar, podemos estar absolutamente cegos para o que está ocorrendo, pensando que a vida é assim apenas porque tem que ser, por conta de um desígnio divino ou por que estamos num fluxo de vida. Será? Se um problema ou uma situação sempre volta à mente, por favor, vamos analisar e resolver isso! 
É preciso, sim, rever as situações mais profundas, mais escondidas, e analisar por que ficaram sem a devida atenção. É comum, quando alguém vem pedir auxílio, que as conversas girem em torno das mais diversas situações, que podem ser os sintomas ou mesmo os conflitos de trabalho ou os familiares. Na maioria das vezes, essas conversas e esses sintomas são apenas reflexo de um problema maior, que pode ser aquele problema real ou outro ainda mais profundo, que a pessoa nunca consegue chegar a revelar para si mesma. Porque, de maneira geral, todas as outras pessoas sabem e o terapeuta sempre sabe, quase de antemão. Então, as situações que se apresentam como conflito ou os sintomas, são apenas reflexo de algo profundo deixado para trás. Essas conversas são apenas uma fuga do tema principal, uma maneira que se encontra para suportar o que não se quer enxergar e mudar. Muitas pessoas preenchem-se de atividades e afirmam, com gosto, que trabalham demais e que não têm tempo para o que gostariam de fazer. Outras, bem ao contrário, dizem que já fizeram tudo e que agora apenas desfrutam do que há de bom sendo que, ambas, falam apenas de problemas e frustrações. E são cegas para si mesmas. Mas, para ambas, todas as atividades que se encontre para realizar ou os projetos, ou são frustrantes ou não se concretizam, pois estavam ali na tentativa de preencher o buraco das emoções reprimidas, que não resolvem as causas reais. Elas sufocam ainda mais porque, de uma maneira ou outra, os problemas sempre voltam, sempre retornam as repressões, na forma de um mal-estar ou um sintoma físico. E quando pensamos encontrar na meditação uma maneira de escondermos de nós mesmos essas coisas reprimidas, elas retornam, mesmo que não tão intensamente, porque elas precisam ser vistas, analisadas e resolvidas. 
Tudo o que escolhermos fazer como uma compensação, como um preenchimento para não enxergarmos o que precisa ser realmente trabalhado, volta com força maior, até que se manifeste como um problema grave. Eu sempre disse que se uma pessoa escolhe seu mundo, cria seu mundo e vive nele com alegria, está melhor que uma pessoa que se entope de medicamentos. Mas isso só pode ser verdade se, em algum momento, ela realmente olha para si, se ela conhece e transforma aquelas partes suas que estão lá guardadas. Do contrário, não há uma evolução real, mas outra máscara para suportar o mundo. As ferramentas para esse trabalho todo já estão dadas. Mas é preciso querer ver, querer suportar trabalhar em si de maneira consciente, analisando tudo, desde a primeira memória, e ver onde resolvemos, onde compensamos, onde escondemos, onde reprimimos e onde podemos ser transparentes e trabalhar. 
Porque o silencio, de fato, é aquele que não é corrompido por ruídos externos. É aquele que está conectado a tudo, mas não precisa, realmente, de nada para se manifestar. Então, eu te pergunto: já estiveste em silêncio? Porque os ruídos formam o mundo que construímos. Se ele está cheio de coisas que nos preenchem, não pode manifestar o silêncio da sala vazia... 


D - SOBRE SITUAÇÕES DE VIDA QUE NÃO MUDAM 

Criamos uma resistência, uma couraça que impede de vermos nossos enganos e seguirmos adiante. Por que fazemos isso? De onde isso vem? 
É na construção, desde a mais tenra idade, dos conceitos, dos dogmas, dos preceitos morais, das formas de conduta que vão se arraigando, tomando forma, determinando atitudes e reações, e que perduram por toda a vida, que vão definindo o ser humano por aquilo que ele não entende e não vê que é. 
É impossível mudar o que não se entende, não se vê, não se sabe que precisa ser mudado. 
O que não se vê é um inimigo invisível que destrói a vida e é o inimigo que, mesmo sendo invisível e não detectável, defendemos com armas, quando mostramos, aos outros, ao mundo e a nós mesmos, “aquilo que somos desde sempre”... O “sempre fui assim” mostra bem o que não queremos mudar... 
Como mudar isso? O que pode determinar o que precisamos fazer para mudar? Tomar consciência é um princípio mas, é também, a destruição da vida como a conhecemos. Pensando assim, o que precisa ser mudado, de fato? Tudo. Todas as formas de pensamento que, de alguma maneira, geram pensamentos de prisão, de bloqueio, de mal-estar, devem ser modificados. 
Como estar solto, sem as amarras, sem o pensamento que sempre tivemos e, sentir a angústia, a pressão de sermos diferentes e, ainda assim, continuarmos na busca pela felicidade? 
É o caso, por exemplo, de uma pessoa que viveu oprimida, pressionada emocionalmente ao longo de sua vida. Ela vai-se destruindo pouco a pouco, por não entender todas as angústias que absorveu. Ou alguém que ficou presa a uma situação de abuso emocional pensando que amava, quando na verdade era oprimida. O corpo não resiste quando a prisão emocional é forte e impede que a verdadeira face da própria vida seja vista. 
Quando alguém não se vê, o corpo vai mostrando que há algo errado. Por exemplo, se alguém retém ou se mantém em uma posição rígida, aparecem as artrites e artroses, os dedos se tornam garras que querem prender a própria vida. Mas a solução estaria no próprio amor, aquele amor que nunca esteve ali. Isso é visto por quem olha de fora. Todas as coisas assim arraigadas e que matam aos poucos podem ser vistas por quem olha de fora da vida de quem a vive. A própria pessoa não entende. 
Mas e os outros motivos? E aqueles que até mesmo quem olha de fora não enxerga? E se enxergasse, veria, no seu julgamento da situação aparente, apenas uma parte muito superficial do problema? 
Os afazeres, os hobbies, as ocupações, devem estar entre as ocupações principais daqueles que não se definiram em suas vidas ou que vivem um dia após o outro como se estivessem sem sentido. Mas é preciso, ainda assim, viver como se fosse o último dia, não dar tanta importância a si mesmo, no sentido de que somos substituíveis em tudo, mas que, ao mesmo tempo, somos únicos, mudando o foco da importância para o dia, para a coisa em si, para a vida em si. Porque a projeção, que é fantasiosa por quem vive sem perspectivas, cria um terror e aumenta o vazio. A importância deve estar no hoje, no agora, no presente, na vida de hoje, sem centrar na solução fantasiosa, mas no que se tem na frente, no que se está vivendo. 
Os hobbies são formas de se suportar a vida, mas não são a resolução. Precisam ser sempre modificados, mas vividos com intensidade. 

  Se houver algum ponto do teu corpo com maior necessidade de energia por causa de uma dor ou inflamação, não queiras retirá-la, pede para compreender o motivo da sua manifestação. Aceita e compreende este fato como uma lição. Se for conflito emocional, podes dispensar maior atenção direcionando o fluxo para que retire amarguras, ressentimentos ou incompreensões através do (centro) alta-maior. Mantém o coração aberto para que possas compreender as lições que os desequilíbrios manifestam. Manual do MOINTIAN, p. 204. 

Seguimos...




RESOLUÇÕES PROFUNDAS – Parte I


05/01/2019

RESOLUÇÕES PROFUNDAS – Parte I 

Com esta série de tópicos, quero mostrar a importância da avaliação e análise de fatos e conflitos que tenhamos deixado sem a devida atenção em nossas vidas. 
Primeiramente, quero deixar claro que, por mais que tenhamos conflitos, traumas e bloqueios que nos tornem vulneráveis ou que nos impeçam de viver uma vida plena e integrada, estamos em uma classe de seres privilegiados, pelas ferramentas e a visão de vida que conseguimos obter por meio de nossa filosofia e prática de vida. 
Essa série de tópicos vai servir para que tenhamos a coragem e a determinação de entendermos, mais a fundo, nossas fraquezas, nossos comportamentos, nossas reações e que possamos ver a nós mesmos com a máxima transparência, eliminando o que não precisamos conservar e assumindo o que podemos ser, como seres conectados às nossas essências. 

Serão quatro postagens, uma a cada dois dias: 

   Parte I: 
  • A - Diferença entre eliminar situações do passado e conversa com a bolha; 
  • B - A necessidade de resoluções profundas 
   Parte II: 
  • C - Os problemas reais escondidos 
  • D - Sobre situações de vida que não mudam 
   Parte III: 
  • E - Sobre a cura ou ruptura com padrões 
  • F - Nosso elo com o superior 
   Parte IV: 
  • G - Modificações cerebrais 

Tenham boas reflexões. 


A - DIFERENÇA ENTRE ELIMINAR SITUAÇÕES DO PASSADO E CONVERSA COM A BOLHA 

Qual a diferença e a forma de utilização correta das técnicas de eliminar situações do passado e a da conversa com a bolha? 
Geralmente, realiza-se as técnicas com símbolos (como Eliminar Situações do Passado, do Nível II do Manual do MOINTIAN), pensando na energia inteligente, ou seja, que a energia deve, por si, eliminar quaisquer efeitos de traumas, bloqueios ou mesmo energias negativas, mas sem buscar a fonte dos problemas e sem tê-los conscientes. Considero isso um grave engano. Então, é preciso tornar-se consciente dos processos que ficam para trás e, na maioria das vezes, escondidos, mesmo que se utilize da energia para a sua liberação. Quando a liberação ocorre, ela exige, para que se complete a técnica, que a pessoa esteja consciente do que vai ser liberado e, da mesma maneira, que tenha permitido, para si mesma, a abertura para a transformação, dissolvendo de fato o que estava lá atrás, nos processos de traumas. Então, é preciso entender que a conversa na bolha (Capítulo 7.2. Dissolver, do livro Práticas Para a Meditação Livre, página 63) é o enfrentamento, é a conscientização e a real eliminação de um bloqueio ou trauma, que pode ser dissolvido, acrescentando aí a força da energia – as duas formas se complementam, acrescentando-se os símbolos ao iniciar a “conversa”. Por isso, é importante que cada processo, que cada lembrança, que cada evento, seja levado para dentro da bolha e seja trabalhado. Porque que, aí sim, e depois de algumas vezes de prática, pode ser acrescentada a energia dos símbolos. É preciso ter a firmeza de propósito para que tudo seja eliminado e os efeitos sejam transmutados. Essa firmeza de propósito é a necessidade de transformação, é a necessidade de eliminar um sintoma, de eliminar um padrão, gerado por consequência de uma interferência no processo natural de crescimento, como seja um trauma ou uma situação conflitante. Nisso entra uma preparação, para tudo isso (a conversa e a eliminação) que é a “abertura às transformações”. Essa ação conjunta, clara, estabelecida pela vontade de realmente haver transformação e eliminação de um conjunto de fatores nocivos, torna-se realmente transformadora.
Na ordem, então, teríamos as seguintes técnicas:

Abertura às Transformações (página 161 do Manual do MOINTIAN) – como forma de preparação da personalidade para permitir a transformação; 

A conversa na bolha (página 63 do livro Práticas Para a Meditação Livre, Capítulo 7.2. Dissolver) – com cada processo, com cada situação conflitante e pessoas, se for o caso, de forma consciente e com enfrentamento; 

Liberar Situações do Passado (página 164 do Manual do MOINTIAN)– como acréscimo de energia e força para o processo de transformação ocorrer. 


B - A NECESSIDADE DE RESOLUÇÕES PROFUNDAS 

É preciso entender e fazer a diferença entre os problemas que estamos resolvendo, se são da personalidade ou da alma. Falemos dos primeiros, que nos interessam aqui. Os problemas de ordem material, que envolvem os corpos da personalidade, o ego, a consciência, são os problemas que envolvem as memórias, os corpos, os átomos, a genética física. Esses problemas envolvem tudo o que se relaciona às definições da psicologia, da psicanálise, porque elas atuam e se destinam ao ser humano com seus corpos de terceira dimensão. Deve-se atentar apenas ao tipo de pessoas que atuam nessas áreas, como terapeutas, e o que elas pretendem com as suas práticas: é preciso fazer distinção entre a definição de algo e a sua prática, pois isso envolve pessoas diferentes, com concepções e propósitos diferentes, mesmo que digam atuar em uma área comum. Eu sempre afirmei que, para a resolução profunda, para a consecução espiritual, o envolvimento com os problemas de ordem psicológica causaria um retrocesso. No entanto, venho hoje, depois de anos, elucidar o fato de que eu sempre pensei, quando escrevi as principais indicações do Método, em pessoas realmente prontas, sem os problemas mais comuns da personalidade, ou que não estivessem sofrendo com os problemas de ordem traumáticas envolvendo sua personalidade. Apesar disso, eu vejo que a maioria dos que estão iniciados, têm ou tiveram algum problema de ordem psicológica ou emocional. E noto que muitos esqueceram de analisar esses pontos mais profundos de si mesmos e deixaram de resolvê-los, por não olharem de maneira absurdamente transparente para suas emoções e reações a fim de se entenderem a ponto de se dizerem prontos para o salto real e viver uma vida mais plena, de acordo com todos os princípios de uma consciência livre. Quando eu falei que há uma enrolação nos processos psicológicos, que parecem atrasar as resoluções que permitem esse desabrochar, alguns entenderam que não deveriam mexer em seus problemas profundos e reais. Com isso, mesmo tendo alcançado aquele fio, aquele laço profundo de ligação com seu eu superior, mesmo tendo integrado a parte superior de si mesmos e reconhecendo sua essência, continuam presos a fatores materiais, como os problemas causados por traumas, bloqueios, conflitos internos ou familiares, a questão do sustento ou da sexualidade, que são os pilares da existência, e não conseguem sair de padrões estabelecidos justamente por conta desses problemas terem se originado em fases onde a construção da vida plena e alegre se daria. Foi rompido o curso normal da vida, nesse sentido. Isso ocasiona a ruptura com o fluxo real que deveria ser atingido e, assim, fica-se a mercê de um sem número de forças que são regidas pelos padrões estabelecidos e conservados e não pela força da vida em si, que deveria estar norteando sua vida. A força dos conflitos é maior que a força do contato interno, quando não se resolve as situações passadas ou conflitos e se permanece inconsciente de suas influências mais profundas. Isso é o que estou tentando reverter agora, chamando a atenção para que se reveja os conceitos e se possa trabalhar de maneira consciente, com transparência, e sem esconder de si mesmo fatos que precisam de ajustes. 
É preciso estar, de certa forma, bem resolvido nos aspectos principais da existência: os pilares do sustento e da sexualidade bem resolvidos, e isso gera o domínio da base da vida, que seriam os aspectos família, sustento, amor, convívio, pensamento, emoções, para que se consiga aproveitar da vida alegre e, aí sim, entender o significado da consciência que penetra em uma nova humanidade. 
Complementando essa parte, não falamos dos problemas da alma. Esses, seriam os relativos ao grupo espiritual original ou aos efeitos de encarnações sobre a personalidade. Conforme esclareço no livro Uma Nova Consciência Para Uma Nova Humanidade, todas as informações de vidas anteriores aparecem no decorrer da atual existência, mesmo que com roupagens diferentes. Sendo assim, interessa-nos conhecer e resolver os traços que mantemos no curso desta existência. 

Seguimos...