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RESOLUÇÕES PROFUNDAS II - 8. O que é programação mental? / 9. Como visualizar


30/03/2019

RESOLUÇÕES PROFUNDAS II - PARTE VI
A PRÁTICA DE RESOLUÇÃO – A CONVERSA NA BOLHA 


8. O que é a programação mental? Como realizar? 

Um caminho neural pode ser entendido como a forma que o cérebro grava um conhecimento, um padrão, um trauma, um medo, um bloqueio, uma forma de comportamento. Quando se estabelece, deixa um mapa de como as reações e sentimentos devem ser interpretados, determinando as formas de ação, reação e de pensamentos de uma pessoa. Dessa maneira, uma vez estabelecido, desfazer ou refazer um padrão de comportamento ou reação, exige um processo consciente e disciplinado. É isso que justifica a tomada de consciência e o autoconhecimento para que se possa desprogramar ou reprogramar as nossas reações e sentimentos. 
É sabido que o cérebro leva um tempo para que consiga refazer ou desfazer um caminho neural. Um caminho neural é a maneira como, por exemplo, um conhecimento se instala. Isso também serve para um hábito ou uma característica. Quando se fala que podemos modificar hábitos ou características, devemos seguir determinadas “regras” do próprio cérebro para que isso seja possível. Com a forma que ensino, pelo afastamento ou pela dissolução, estou querendo dizer que podemos dar uma ordem ao cérebro para que desfaça um caminho antigo e crie um novo, que estabelece um novo hábito ou característica. É como aprender algo complexo. Exige disciplina e dedicação, mas, com o tempo certo, torna-se um processo automático ou um hábito. 
Quando alguém não se conhece, não entende seus comportamentos e as formas de organizar seu pensamento para elaborar e interpretar seus sentimentos, dizemos que a pessoa está cega para si mesma, cega para a maneira como vive e como reage ao mundo. 


Os melhores horários para as práticas 
pela manhã - logo cedo, como a primeira coisa a ser feita, e sem nenhuma atividade mental ou distração, como nas redes sociais, ou notícias, por exemplo;
à noite - como a última coisa a ser feita, desde que se recolha cedo para um ambiente sossegado. É preciso deixar um tempo para a absorção da experiência antes do sono. 

O período de prática 

Deve-se levar um período de vinte e um dias, ininterruptos, para estabelecer a nova característica ou eliminar uma influência de nossa vida. A atitude mental deve ser firme e, durante o dia, permanecer com o pensamento na conquista. 
Essa é a regra geral do cérebro para a programação mental. É uma lei aceita e eficaz, quando se segue diligentemente o processo. 

Quando a programação é parte do processo de descoberta e dissolução de traumas, mais que de programação ou desprogramação de características, e após o trabalho inicial de descoberta das causas reais, os horários podem ser pela manhã e/ou no início da tarde, mas nunca como a última coisa a ser realizada a noite, devido à profundidade da experiência e à possibilidade de reviver certos dramas perturbadores. 


O ambiente da prática 

É preciso ter um local sossegado no qual se possa permanecer em silêncio e sem interrupção por, no mínimo, quarenta minutos. 
Deve-se criar uma atmosfera harmoniosa e observar alguns parâmetros iniciais, como: 

- Estabelecer uma disciplina para a prática, pois o período inicial de 21 dias precisa ser respeitado;
- Estar familiarizado com o Exercício Básico Para Meditação (EBM);
- Criar um Local de Conforto, conforme definido no livro Práticas Para a Meditação Livre, e que será comentado no tópico 10. 

9. Como visualizar e o tempo de prática de resolução

Para a realização dos procedimentos, devem ser dedicados entre 30 e 40 minutos diários. A prática do Exercício Básico Para Meditação, EBM, fica entre 15 e 20 minutos e a prática da visualização e conversa não deve exceder 10 minutos diários. 

Para cada situação, uma prática. Se muitas situações são semelhantes, pode-se iniciar trabalhando com o conjunto, ou “tema”, conforme será definido no tópico 11, por um período de 21 dias. O período de 21 dias é essencial para que as memórias despertem ou para que as causas reais apareçam ou sejam descortinadas. Após isso, pode-se trabalhar com as causas descobertas, separadamente, por mais algumas vezes, até que seja possível sentir a dissolução. Deve ser identificado que algum resultado tenha sido atingido. Se for necessário, não há problema em realizar mais vezes, atingindo um total de um mês de trabalho de resolução. Após isso, se ainda persistem sintomas e características, será necessário parar por cerca de dez dias para recomeçar um novo ciclo. Frequentemente, é nesse período de parada dos exercícios que se estabelece um novo padrão de consciência, isso quando as resoluções não acontecem no período das práticas. 

Antes de iniciar, é aconselhável fazer uma lista criteriosa, analisando, por exemplo, os abusos sofridos, as mágoas, os medos e também as culpas. Tudo isso precisa ficar organizado por temas, períodos de vida e pessoas. A análise escrita é essencial para a organização das ideias e para que o trabalho seja efetivo e rápido. 
No entanto, se a prática for realizada apenas para amenizar, dissolver ou retirar a importância de um fato ou situação do cotidiano, não é necessário realizar por 21 dias. Realiza-se apenas um ou duas vezes, ou conforme seja possível sentir que os efeitos foram atingidos. Para iniciados, há uma prática específica para esse caso, com a utilização de símbolos, no tópico 16. 


Resumo do tópico 9: 
- primeiras vezes: 30 minutos 20 minutos para o EBM e 10 minutos para a conversa na bolha;
- 21 dias para estabelecer “conexão” com a memória;
- mais alguns dias, no máximo de 10, para trabalhar nas causas e para encontrar respostas;
- pausa de 10 dias, quando não se encontra resultados;
- retomada.
- os casos simples não precisam de repetição, basta sentir o resultado;
- nos casos mais complexos, é após o ciclo inicial que afloram os sentimentos e reações. Portanto, a continuação é importante. Deve perdurar até que os sintomas ou reações amenizem e até que, como efeito, ocorra o afastamento ou o distanciamento das reações. A lembrança fica, mas as reações diminuem até o ponto de serem reconhecidas, mas não interferirem no cotidiano. 
Essa é apenas uma apresentação dos passos, para o que se define como “programação mental”. É a base para entender o funcionamento dos mecanismos mentais que permitem a dissolução de um evento ou a aproximação, por mentalização, de algo necessário para uma mudança efetiva. Veremos claramente todos esses passos adiante, a partir do tópico 11. E, no final, um resumo com os passos claros e outros exemplos de utilização. 


Próximos tópicos: 

10. A Dissolução e a Conversa na Bolha; 
11. Temas ou Fases. 


RESOLUÇÕES PROFUNDAS II - 7. O Lado Positivo das Emoções / Sobre a Autotransformação


23/03/2019

7. O lado positivo das emoções e sobre a autotransformação 


O Lado Positivo das Emoções 

De uma perspectiva geral, para uma pessoa que tenha se trabalhado e se conhecido bem, medo, raiva, ansiedade, podem ser positivos, quando determinam comportamentos e quando trabalham a serviço de uma mente equilibrada. O medo serve para proteger, e pode ser aguçado quando é a tradução de uma intuição que avisa que algo não está bem. A raiva pode ser a força geradora de um trabalho, mesmo que se esteja cansado e pareça impossível realizá-lo; pode ser aquele ímpeto responsável pela realização de um exercício mais forte, ou a disposição para atingir uma meta essencial. A ansiedade pode ser a movedora que induzirá a conclusão mais rápida de uma tarefa ou que impulsiona para que se saia do lugar comum. 
Dentro do processo evolutivo, todas as emoções aparecem. É preciso estar com elas em equilíbrio, sem expressar um extremo ou outro, conforme vimos no tópico anterior, sobre os aspectos positivos e negativos dos “pecados”. Isso serve para todos os aspectos do nosso ser. Se exageramos numa qualidade, ela pode se tornar um defeito, quando exigimos que os outros sejam como nós, ou quando nos policiamos excessivamente, em vez de ficarmos equilibrados e relaxados... 


Sobre a autotransformação 
Somente quem estiver livre, de corpo, mente e sentimentos, poderá de fato crescer espiritualmente. A liberdade advém como consequência da autotransformação. Mas é necessário querer a liberdade, e ao preço de deixar ao vento as folhas secas que caem do outono enevoado das nossas lembranças.
Manual do MOINTIAN. Efeito das Iniciações. P. 54
 
A respeito dessa citação, houve um questionamento, sobre se mudar um hábito é na verdade uma transformação. O que é autotransformação, nesse contexto? Como se atinge isso? 
Reconhecer um hábito nocivo ou uma característica negativa é um passo importante para o autoconhecimento. Transformar um hábito nocivo em algo positivo ou retirá-lo de nossa vida é, em si, transformação. Podemos definir autotransformação, dessa maneira, como a capacidade de análise, de reconhecimento de uma característica e o domínio disso para mudar algo que nos limita ou incomoda em algo que nos move e nos estimula. 
Mesmo que se reconheça, domine e elimine uma característica (ou um trauma), ela ainda permanece ali, porque somos seres que vivem imersos em um mundo no qual as características negativas estão intrínsecas à vida nesta atmosfera, neste planeta. Foi como descrevi no livro Uma Nova Consciência...: faz parte do kit humano apresentar certas emoções, características ou “defeitos”. Então, sempre que nos conectamos a algo que, em um momento, esteja afastado, distanciado de nós mas que faz parte do mundo, podemos trazer essa parte do mundo de volta para nossa realidade e consciência. Por exemplo, e de maneira rudimentar, se afastamos de nós a reação de raiva mas nos aproximamos e convivemos com pessoas “raivosas”, teremos absorvido um pouco dessa raiva. A eliminação real de uma característica negativa só poderia de fato ocorrer se a coisa em si fosse eliminada de toda a esfera planetária ou dimensional. Sendo assim, a única forma de não recorrer a um erro ou a uma emoção negativa é a atenção, a disciplina e a eliminação da importância que um fato teve em nossa vida. Quando neutralizamos um fato que gera trauma ou conflito, retiramos sua força. Se retiramos essa força, diminuímos as reações negativas que teríamos cada vez que algum mecanismo ative a lembrança sobre o fato, como uma reação de raiva ou mesmo de estagnação. 

Dispomos de ferramentas que nos auxiliam para que possamos entender os problemas e, até mesmo, que possamos eliminar os efeitos que teriam no nosso processo interno. A consecução interna, a realização pessoal no âmbito psíquico e espiritual, independe da “pureza idealizada”, mas está relacionada com uma conexão com um nível de pureza e com os efeitos que isso acarreta na vida imediata. 
Essa conexão funcionaria como o afastamento do problema, no sentido de integrar em si uma dimensão de realidade diferente. No entanto, mesmo tendo realizado uma conexão com algo “puro” ou “superior”, a volta à vida normal ou à realidade vigente, vai trazer um pouco das possibilidades anteriores. Sendo assim, somente o desligamento de toda uma dimensão traria a eliminação real de algo. É importante encontrar uma conexão com algo mais puro, transcendente até, mas que não traga fuga da realidade. É importante entender que o principal mecanismo é o afastamento ou desligamento das causas reais, entendendo os fatos ocorridos, mas sem revivê-los e sem senti-los a cada lembrança. 
Como chegar a essa conexão com uma realidade diferente? Ela pode ser consciente ou não. A consciente, nos traz uma tranquilidade e aquele tipo de “hipocrisia” da qual falo no livro verde: entendo os problemas, mas sinto alegria por estar vivendo no mundo. A inconsciente, é mantida pela fé e por notar uma sutil diferença na maneira de encarar a realidade da vida: reconheço ou sei que existe uma força interna que me mantém íntegro e alegre. 

Quando algo muda em nós, relativo, por exemplo a um hábito, é como se víssemos aquilo que fomos, fazíamos ou gostávamos de uma forma distanciada. Parece que “não somos mais nós mesmos”. É como se, antes, estivéssemos em uma bolha, uma bolha de sensações e atitudes, que foi estourada, dissolvida e que agora nem entendemos como as pessoas que estão dentro dela, ou que permaneceram nela, continuam com aquilo. No entanto, estamos em outra bolha, outra forma de pensar, outra maneira de ver. Mas, ainda estamos, como sempre, dentro de bolhas de emoções, sensações, pensamentos e atitudes, que são as que nos moldam, nos formam como seres. 
A resolução real de algo está na diferença de sua manifestação. É preciso entender que a eliminação, de fato, não ocorre mas, sim, a transformação do nível de manifestação, até o mais próximo de sua eliminação e dos efeitos que pode ter trazido para outros, quando for algo como uma ação contra outra pessoa. 

É impossível que alguém que tenha entendido essa mudança de consciência queira voltar ao nível anterior. No entanto, as sementes sempre estarão em nós. Por isso, o pensamento diligente, o entendimento de todos os processos, dos efeitos, e até mesmo de uma “moral”, no sentido do bom senso e do senso comum, farão a diferença para que alguém entenda como se comporta e como está controlando suas transformações. 
A questão da autotransformação é, talvez, uma das reflexões mais importantes e profundas. 
Mas, como entender o que precisa ser mudado? Como saber se estou no caminho certo? Eu costumava tomar uma reflexão assim, anos atrás, e ir atrás de uma resposta, entrando profundamente em mim mesmo. Enquanto eu não conseguisse a resposta eu continuava entrando mais a fundo e exigindo a resposta de mim mesmo. Mas, aquilo não era algo de elaborar o pensamento a respeito, senão em como entender o sentido e deixar que, do fundo de mim mesmo, ou de uma dimensão superior, brotasse o conceito que eu precisava. Eu me acostumei a fazer isso. No início, pode levar dias para se conseguir entender um conceito; depois, algumas horas. Na maioria das vezes, eu consigo entrar em Estado Intermediário e atingir algum nível quase instantâneo de resposta. O que difere uma resposta profunda e absoluta de uma resposta sujeita ao equivoco é o motivo pelo qual é perseguida a resposta. Depende do nível de interesse ou de preocupação da pessoa que pergunta. Por exemplo, quando preciso responder algo a outra pessoa, a resposta depende do interesse que se tenha e das ligações que se mantenha. Isso está de acordo com o que explico a seguir, quanto ao conceito de intuição verdadeira ou falsa: 
Sempre me perguntam sobre como ter certeza a respeito de alguma coisa. Perguntam-me sobre como saber se um pensamento que vem é uma intuição, um julgamento ou uma simples análise mental e como identificar se isso é verdadeiro ou falso sobre a coisa pensada. Pois eu posso afirmar que sempre que for a respeito de algo desejado, haverá um engano. Sempre que nossa vontade de saber a respeito de algo, de alguém, de alguma coisa, for estimulada pela posse, pelo desejo, pela vontade de possuir, de reter, de obter, e até mesmo de ajudar, fará um juízo falso que tomará conta da nossa mente e das nossas sensações. Somente aquilo sobre o que não temos necessidade, nem desejo, nem vontade de possuir, pode ser ou vir à mente como real intuição e como julgamento verdadeiro e profundo sobre alguma coisa.
Por exemplo, se uma pessoa está apaixonada, ou tem afinidade, interesse de alguma ordem, por outra, e queira saber se essa lhe é leal, então entrou o sentimento e vem o julgamento a respeito, o interesse, o que ela quer e o que deseja dela. Assim, não aparece a intuição verdadeira.
 
Por isso que, na análise de si mesmo, que é profundamente mais complexa, é necessário um tempo para que as paixões, os interesses e as máscaras sejam derrubadas, desbloqueadas e possamos ver as situações, as emoções e quem somos verdadeiramente. Muitos enganos podem surgir, pelos vários mecanismos que a mente utiliza para se proteger. Mas, quando se persiste, há um avanço imenso, e uma abertura imensurável da consciência. 

A partir do próximo tópico, entramos na preparação para a Prática de Resolução – A Conversa na Bolha. 

Próximo tópico: 8. O que é programação mental? Como realizar? 


RESOLUÇÕES PROFUNDAS II - 6. Ainda sobre os sete pecados capitais

15/03/2019


6. Ainda sobre os sete pecados capitais 

    Conforme vemos no livro Uma Nova Consciência Para Uma Nova Humanidade, os praticantes e membros de determinadas correntes espiritualistas estavam acostumados a lidar contra os sete pecados capitais. 
“A maioria das escolas, métodos e tradições mais antigas, davam uma ênfase muito grande ao processo que chamavam de eliminar defeitos do ego, características negativas do ego ou defeitos da personalidade. Com isso, seus alunos ficavam muito focados nos seus conflitos e problemas. A ênfase nos defeitos gerava muita frustração, muita expectativa e muita comparação entre os membros de tais escolas, que queriam saber: será que já eliminei tudo o que preciso? Será que eu fantasiei o resultado? Será que fulano já superou seus obstáculos? Será que estou querendo ser melhor que os outros? Será que estou muito pior que os outros? Gerava, portanto, muita comparação entre os companheiros de jornada, policiamento entre os membros e frustrações diversas, quando se achavam abaixo da média esperada. Isso sem falar que as ferramentas utilizadas no processo de eliminação de tais características estão todas desatualizadas.
“Para resolvermos um conflito precisamos entrar em um estado de consciência no qual possamos estar livres de determinados problemas ou de determinadas manifestações negativas de nossa personalidade. Essas manifestações negativas podem estar relacionadas com aquelas que ficaram conhecidas tradicionalmente como os sete pecados capitais, a saber: ira, inveja, gula, cobiça, orgulho, luxúria e preguiça.” Uma Nova Consciência Para Uma Nova Humanidade. Cap. 4.1
Esses métodos baseavam suas práticas no pressuposto de que deveriam eliminar diretamente cada um desses “pecados” ou “características do ego”, que seriam, sempre, negativas. No entanto, sabemos que isso gerou e gera uma série de desordens, podendo desencadear outros processos psicológicos mais profundos. Na verdade, era atacar apenas um sintoma, conforme vimos até aqui, e não a origem real de um problema. Se alguém simplesmente lutar para eliminar sua raiva, estará lutando contra um sintoma, uma reação, mas não para eliminar a causa real de seu problema. A luta direta contra um “defeito”, como designavam, pode ser ainda mais repressora. Parecendo resolver algo, essa luta desloca mais para o fundo da consciência algo que precisaria ser analisado e dissolvido. 

A proposta da análise por dissolução soluciona esse problema, pois vai na busca pela causa real, para sua possível dissolução. No livro verde, eu falo especificamente do “afastamento”. Mas aqui, buscamos ir mais profundamente nas causas.
Além disso, é preciso entender que esses “pecados”, também têm dois aspectos, os extremos, que são igualmente negativos ou perigosos: são sintomas!

Ira - define-se como a raiva excessiva por uma situação ou pessoa e que pode ser voltada contra si mesmo, quando nos agredimos como compensação, por um problema profundo; é o rancor, desejo de destruição. Em seu extremo oposto encontra-se a passividade e a complacência exageradas;
Inveja - deseja o que o outro tem, não se satisfaz consigo mesmo, nem com sua vida. No extremo oposto, entra a apatia e passividade, indiferença e desamor.
Gula - é o apego ao mundo e ao excesso descontrolado. Sua contraparte pode ser, em casos extremos, a anorexia, a incapacidade de ingerir alimentos, e o desgosto pela vida em si.
Cobiça - que muitos grupos mais ortodoxos relacionam com a gula, pelo descontrole e o desejo pelo alheio, é também o ciúme, ou em sentido oposto, o desgosto e a depressão.
Orgulho – orgulho manifestado como arrogância, presunção, pode ter sua contraparte extrema como excessiva passividade, falta de amor próprio, bajulação, servilismo.
Luxúria - como identificação ao mundo material e ao prazer exagerado, por um lado e, por outro, pode ser a perda da energia vital por uso excessivo ou por problema físico, como impotência e frigidez, e também a perda da identidade, resultando em desequilíbrio intenso.
Preguiça - como negligência, procrastinação, aversão ao cuidado próprio, e depressão, tem sua contraparte na excessiva vaidade e no perfeccionismo excessivo. 

Em outro aspecto, ou com uma definição mais ortodoxa, definem-se assim os pecados, que são aspectos negativos, e as virtudes, que correspondem aos aspectos positivos: 

Soberba – Humildade; Avareza – Generosidade; Luxúria – Castidade; Ira – Paciência; Gula – Temperança; Inveja – Caridade; Preguiça Diligência. 


Próximo tópico: 7. O lado positivo das emoções e a autotransformação


RESOLUÇÕES PROFUNDAS II - 5. A causa real e o problema da meditação

09/03/2019 


5. A causa real e o problema da meditação 

Ansiedade é, em grande parte, originada por um medo profundo. Dizer simplesmente “sou ansioso e preciso ficar calmo” é estar indo contra a resolução de um problema. Diante disso, temos aqui a razão pela qual a meditação pode ser “perigosa” ou contrária ao pressuposto da “paz e quietude” que muitos procuram. Porque, quando a pessoa iniciar suas práticas, ela pode realmente se sentir melhor: ela aquieta a sua parte externa, o ruído externo, e toda aquela necessidade de estar realizando coisas ou, em outro ângulo, de estar esperando por resultados ou que as coisas se resolvam rápido. Então, a ansiedade, que na verdade é apenas o reflexo da pressa em atingir um resultado ou a necessidade de estar ocupado para não entender, para não enxergar a causa real desse sintoma, pode estabilizar-se. No entanto, aquele conflito interno fica mais potente, pois a quietude externa dá força para que as imagens, memórias e sentimentos não compreendidos sejam processados da maneira correta. As atividades externas e as exigências morais, no caso de uma resolução imediata que a pessoa necessite, ou a pressa por resultados, que na verdade escondem o medo da perda e rejeição, são barreiras criadas inconscientemente para preencher a realidade vivida, turvando ou perturbando aquelas mensagens provenientes dos pensamentos sendo elaborados. 
É nesse ponto que a meditação pode ser profundamente perturbadora ou a chave para a resolução de problemas: Os que procuram placebos, preferem os tratamentos com entorpecentes para aliviarem a dor da percepção que provém de suas mentes; Os que pensam que substâncias alucinógenas aceleram o processo, vão abrir as portas do mundo da percepção astral, que irá trazer os seus demônios com força total, e um perigo maior se instala; Mas, os corajosos que, com abertura de sua mente, conscientes, limpos, continuam, vão encontrar as respostas para suas inquietudes dentro de si mesmos. 
Então, os maiores mistérios lhes serão revelados, pois haverá o encontro com as raízes dos seus medos, frustrações, ansiedades, tornando-os alegres, livres, cheios de vitalidade. Porque essa vitalidade será a energia da vida direcionada de maneira certa. Não há mistério nisso. 

É preciso entender que necessitamos de amadurecimento emocional, o qual nos torna equilibrados para sentirmos o que for preciso, na hora certa, e não por antecipação. A antecipação ou a repressão de um sentimento é sinal de problema. É preciso entender onde estou. Em qual época, em qual dimensão. Porque se vivo no passado e no que me ocorreu, manifesto uma vida incompleta, imperfeita. 
Quando retiramos as mágoas profundas, os medos, a negatividade, podemos viver mais intensamente nosso agora. Somente assim terá sentido dizer que “vivemos um agora”, pois retiraremos os pontos de fuga de energia originados em momentos distintos de nossas vidas. Usando a metáfora de uma planta, não teremos mais os brotos ladrões de nossa seiva, mas um caule firme, viçoso, cheio de vida. 
“Os sistemas de crenças transmitidos através dos meios de comunicação de massa, que a maioria das pessoas crê como verdadeiros, constantemente alimentam os traumas, bloqueios e sentimentos negativos, impedindo que floresça a verdadeira essência de cada ser. As ideias e conceitos estabelecidos podem fazer muitas pessoas reforçarem sentimentos de perda, mágoas ou, ao contrário, a lembrança de momentos positivos que viveram e que não fazem parte das suas vidas no presente. A maioria destas pessoas sente-se agradecida por estes fatos terem sido revividos, parecendo que deixaram um tempo mais feliz para trás. Mas se o presente é menos importante ou não tão feliz como o passado, algo há de errado com o agora. Deve-se, então, trabalhar para descobrir onde a alegria foi perdida. Somente quem estiver livre, de mente, corpo e sentimentos, poderá de fato crescer espiritualmente. 
“A liberdade advém como consequência da autotransformação. Mas é necessário querer a liberdade, e ao preço de deixar ao vento as folhas secas que caem do outono enevoado do tempo das nossas lembranças...”       Manual do MOINTIAN. Efeito das Iniciações. P. 54. 


Próximo tópico: 6. Ainda sobre os sete pecados capitais


RESOLUÇÕES PROFUNDAS II - 4. Medo, raiva, ansiedade e as causas reais

07/03/2019

4. Medo, raiva, ansiedade e as causas reais

A busca pela causa real é a chave para tudo. É preciso diferenciar o que é reação do que é causa original. As reações são os sinais que o nosso corpo e nossa mente produzem para nos informar de que algo não está de acordo com o que gostaríamos. As causas podem ser geradas por uma característica negativa, mas também por um conflito interno gerado por forças externas como os traumas de abuso, rejeição, opressão, uma conversa que teve um desfecho negativo ou até mesmo guardar mágoas e sentimentos sem poder expressá-los. 
Uma raiva, por exemplo, pode estar ocorrendo por consequência de uma frustração, de uma situação constrangedora, por estar cansado de repetir ou estar em determinada situação já há certo tempo. 
Sabendo que um sentimento tem sempre, no fundo, uma causa real, uma emoção inicial, podemos ver que a ansiedade pode ser apenas o reflexo de algo mais profundo e original. É um medo guardado, um receio. E é preciso encontrar sua fonte original. Para isso, uma conversa, visualizando-se como um “outro eu” que representa a ansiedade, deve ser realizada várias vezes até que surjam essas causas. 
Uma perda, pode gerar um profundo desgosto ou medos variados. Se os sentimentos forem reprimidos, podem gerar inércia, porque o medo de seguir adiante, quando a perda não foi bem trabalhada, gera uma negação. Um medo por trauma, pode gerar insegurança nas mais diversas situações. Então, uma ansiedade também é algo que precisa ser pesquisado, para que se encontre sua origem, como um fato, uma situação perturbadora, que tenha marcado profundamente. 

Ansiedade = antecipação – perda futura; medo do futuro. Depressão – perda passada. 


Próximo tópico: 5. a causa real e o problema da meditação


RESOLUÇÕES PROFUNDAS II - 2. Padrões Familiares; 3. O Sofredor causador


04/03/2019

RESOLUÇÕES PROFUNDAS II
2. Padrões Familiares
3. O Sofredor Causador


2. Padrões familiares 

Geralmente, os padrões de vícios, de abusos e de rejeições, são padrões familiares se manifestando inconscientemente e que se repetem por gerações. Há fatores genéticos, biológicos e psicológicos que influenciam a todos nós, muito mais amplamente do que se tem ideia. É preciso, quando se volta a consciência para o autoconhecimento, ir reconhecendo esses padrões e desfazendo-os, em nós mesmos, para que possamos progredir de maneira efetiva. Por isso que, por mais que se queira acelerar processos, como realizando técnicas espirituais avançadas, se não analisamos amplamente todos os padrões e sistemas de crença da vida a nossa volta, especialmente do grupo familiar, não conseguiremos a plenitude e a alegria que as conexões superiores poderiam nos trazer. 

Na questão do padrão familiar, casos de abuso, por exemplo, que muitas vezes parecem, à primeira vista, que poderiam ter sido evitados, se perguntarmos “por que minha mãe deixou que isso acontecesse comigo?” ou, simplesmente, “por que isso comigo?”, veremos que as histórias praticamente se repetem, mas nunca são comentadas. Vasculhando muito profundamente, veremos que os “culpados” são os que, antes, sofreram abusos e que os “cúmplices” são os que foram oprimidos. Sem querer vitimizar criminosos ou polemizar um assunto e muito menos retirar a profundidade de uma análise séria e criteriosa sobre a história de cada caso em particular, precisamos entender esse jogo do mundo e quebrar uma roda, um ciclo de eventos de ancestralidade, que se repete de geração a geração. Nisso, entra um segundo ponto que é a nova humanidade. 

Os que são iniciados e conhecem o MOINTIAN sabem que, no Nível III, temos a técnica da Geometria da Essência. Quando realizada de forma simples, apenas visualizando as figuras nas partes correspondentes do corpo, ajuda muito para a dissolução desses padrões familiares que se estendem por gerações. Isso é ainda mais potente em uma iniciação, quando a entendemos com o sentido de quebrar a força de uma tendência, uma cadeia de eventos ou de um padrão de ciclos nocivos. Uma iniciação também é a maneira de suportar o que foi sofrido, mas de maneira, de certa forma, livre, por dissolver os efeitos e suas reações mais graves e que, de outra maneira, poderia ser insuportável. Ela gera uma ruptura com os efeitos mais profundos, mas não impede que as consequências ainda voltem, se as correções e as análises reais sobre os fatos não forem realizadas. 

Para refletir: 
O valor de uma pessoa está em ela transformar o sofrimento que teve em força para lutar contra o sistema ou os padrões que a oprimiu e não numa luta contra si mesma. 


3. O sofredor causador 

É preciso aniquilar a força destruidora que um comportamento nocivo traz para a vida dos que o carregam e, mais ainda, para os que estejam em seu convívio. Essa talvez seja a parte mais difícil, a de reconhecer o papel de causador de sofrimentos, dores ou constrangimentos. A questão não é sentir culpa, mas entender os motivos reais por trás das reações: “por que cometi tais atos?” deve ser a pergunta para esse tipo de pessoa. É comum termos reações negativas por contaminação de um ambiente abusivo ou por reflexo de nossas frustrações ou abusos, conforme já enunciamos acima. Isso se assemelha a quando emitimos uma opinião ou julgamento utilizando os parâmetros de análise ou a opinião de terceiros, seja da família, de um grupo, ou da mídia. É o mesmo princípio do envolvimento emocional com um evento trágico, exposto no capítulo 6.7 do livro Uma Nova Consciência Para Uma Nova Humanidade. 

A parte do “o que eu fiz”, também precisa ser muito bem analisada. Até aqui, ficamos vendo a parte sofredora, passiva, mas é preciso, da mesma forma, analisar a parte abusiva, quando nos tornamos abusivos e causadores de sofrimento. Quando causamos um sofrimento, que pode ser uma reação derivada de um sofrimento recebido, mas que esteja perturbando nossa consciência, causando um sentimento de culpa, precisamos analisar as situações, que podem ser organizadas em um tema original, como “o que fiz” ou “culpas”. Veremos a organização por fases e temas logo adiante, no tópico 10.


Próximo tópico: 4. Medo, raiva, ansiedade e as causas reais