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RESOLUÇÕES PROFUNDAS II - 10. Mecanismos de Defesa e Dramatizações

11/04/2019

10. Mecanismos de defesa e dramatizações 

O autoconhecimento envolve estar ciente dos principais mecanismos cerebrais, mentais, psíquicos. Saber que escondemos fatos, de nós mesmos, ou que podemos estar vendo o mundo de uma maneira própria apenas para que possamos suportar uma dor ou uma frustração, é essencial para que consigamos perceber nossa forma de atuação no mundo. Se, para qualquer pessoa, o cérebro comanda praticamente todas as decisões (o inconsciente decide muito mais que o consciente), para uma pessoa que tenha tido sua cronologia de vida interrompida por fatos traumáticos isso é muito mais claro e verdadeiro. É preciso entender que podemos estar vivendo de acordo com mecanismos de defesa, a saber: repressão (evita a realidade); negação (exclui a realidade); racionalização (redefine a realidade); formação reativa (inverte a realidade); isolamento (divide a realidade); regressão (escapa da realidade); projeção (coloca sentimentos na realidade). Não é necessário entender tudo isso de maneira consciente, nem é necessário estudar toda a obra de Freud, que definiu magistralmente esses mecanismos, para sabermos que reproduzimos muitos deles em alguma etapa de nossa vida ou que, de alguma maneira, vivemos praticamente cegos sobre os motivos que nos levam a sermos como somos, a gostar do que gostamos, a querer o que queremos... porque não podemos perceber o que manifestamos para nos proteger ou para escondermos o que nos desagrada. 

É preciso entender que temos um verdadeiro mundo próprio, quando usamos nossa representação mental para entender e viver nesse mundo. Se tudo é uma representação, e essa representação pode ser o que comanda a “fábrica de caminhos neurais”, podemos utilizar tudo isso, que nos comanda de maneira inconsciente, revertendo-os em nosso benefício. Podemos utilizar mecanismos para realizar, em nosso cérebro, em nossa mente, em nossa psique, o trabalho de dissolução de fatos traumáticos, negativos ou prejudiciais. 
Nossa técnica, a “Conversa na Bolha”, pode ser corroborada pelas teorias apresentadas na representação mental, teatro psíquico ou dramatização. Elas podem trazer-nos explicações sobre o que ocorre quando, com um mecanismo de defesa, produzimos uma representação do mundo para nós mesmos; Usando as ferramentas mentais com o “teatro interno”, podemos solucionar um fato obscuro ou escondido, dominando-o e retirando sua força. 


A Dissolução e a Conversa na Bolha 
A “Conversa na Bolha” é uma representação mental com a qual assumimos um papel de “adulto” ou superego completo, ou mestre da existência, ou uma essência desperta para nós mesmos. 
A conversa na bolha é uma forma de dramatização consciente que nos auxilia a sermos transformadores de nossa própria existência. Com ela, podemos assumir nossas falhas e erros, mas de forma adulta, como verdadeiros tutores de nossa existência passada. Assumimos o papel daquele que orienta, indica, acolhe, protege, mas é severo, porque vai querer eliminar aquela velha forma de posicionamento. Esse mesmo mecanismo será utilizado para o caso de sofrimentos: Assumimos a forma de um tutor maduro, que vai até os momentos de sofrimento e dor, acolhe, protege, retira a tristeza, compreende, faz assumir que certas decisões foram tomadas por falta de maturidade ou pela incapacidade de compreender as situações de maneira plena, mas que está ali para mostrar que a vida segue e pode ser alegre. 


Origem da conversa na bolha 
A “Conversa na Bolha” é a nossa principal ferramenta de trabalho para os aspectos da personalidade, tanto para iniciados no MOINTIAN como para leitores iniciantes. Ela nos ajuda a isolar um problema, uma situação, uma reação ou um fato, de maneira que possamos nos sentir protegidos e confortáveis. 

A primeira referência sobre a “Conversa na Bolha”, está registrada no livro Os Incríveis Seres de Dois Mundos, nas páginas 132 e 133, quando o personagem Joca descreve como conseguia reverter uma situação desagradável. Depois, eu apresento a técnica no livro Práticas Para a Meditação Livre, no capítulo 7.2. A partir deste tópico eu a apresentarei em detalhes, com suas variadas utilizações e com exemplos práticos. 
Na década de 1990, eu estava dedicado ao meu autoconhecimento. Eu estava tentando entender os meus desvios de conduta, os meus hábitos, as minhas qualidades e as minhas percepções. Foi quando iniciaram a surgir, como fruto de profundas meditações, os caminhos para que eu entrasse profundamente na minha psique e corrigisse o que fosse necessário. Várias ferramentas surgiam, possibilitando romper com traços e características que não estivessem de acordo com o meu processo evolutivo. Elas foram decisivas no meu processo interno. 
Com o surgimento do MOINTIAN, eu as considerei muito básicas, pois eram referentes ao conhecimento da personalidade. Por isso, ficaram fora do treinamento espiritual para a ascensão proposto no Método. 
Muitos anos depois, eu notei que os alunos não conseguiam fazer a relação entre as autoaplicações, com a energia do Método, e os momentos de profunda meditação e autoconhecimento, utilizando-se do acréscimo das ferramentas oferecidas, e decidi escrever o livro Práticas Para a Meditação Livre, de capa laranja. Nele, expus as técnicas básicas para o trabalho com a meditação, no sentido de despertar o autoconhecimento, listando algumas das ferramentas que utilizava naqueles anos passados. Por isso, formulei o livro como um curso básico para a construção e análise da personalidade. 
Logo, algumas questões de cunho profundo foram feitas, o que tornou importante realizar um trabalho que esclarecesse sobre a filosofia do Método e indicasse um caminho para aprofundar o autoconhecimento. Isso foi feito com o livro Uma Nova Consciência Para Uma Nova Humanidade, de capa verde. 
Agora, este trabalho aprofunda aquela semente, dando uma explicação mais detalhada sobre a maneira de realizar as meditações e para corrigir determinadas características da personalidade de modo prático. 

Próximos tópicos: 

11. Antes da Conversa na Bolha 
12. Temas ou Fases

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