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UM BREVE VISLUMBRE DA ATUAÇÃO DESDE O PONTO DE VISTA INTERNO

09/07/2017


35. UM BREVE VISLUMBRE DA ATUAÇÃO DESDE O PONTO DE VISTA INTERNO

Ontem, dia 08 de julho de 2017, tivemos um belo encontro, confraternização, almoço e conversa no sítio do casal Alírio e Rosa. Foram momentos de muita harmonia, de renovação de energias, de verdadeira amizade e partilha. Uma oportunidade única, na qual pudemos conversar abertamente sobre determinados fatos a cerca da vida interna, do despertar, da manifestação espiritual. Gravei muito da conversa em vídeo e, assim que for possível, eu os deixarei disponíveis no youtube.
O seguinte texto estava pronto para publicar antes do encontro e foi um dos assuntos tratados:

Eis a maior reflexão para o momento. É uma reflexão sobre o propósito, sobre as consequências, sobre as responsabilidades dos que estão à frente de um movimento pioneiro.
Qual a grandeza desse tipo de trabalho? Onde ele nos leva? O que atingimos com ele? O que ele nos causa?
Quantos estão no processo de autoconhecimento apenas para obter harmonia, para sentirem-se bem com suas vidas, para adaptarem-se ao que não querem mudar, mesmo que pensem querê-lo?
Pois aqui, para os que estão vivendo o outro lado, para os que estão à frente, os pioneiros de fato, aqueles que regem, que guiam, que orientam a energia e os alunos, a harmonia não é uma constante. Ela ocorre nos momentos importantes para os outros. A alegria do processo e a alegria das conquistas dos outros é a nossa alegria.
A privacidade se vai, a vida livre, como pensamos ser a vida livre segundo nossos pensamentos, e que os ideais nos determinam, não existe mais. Isso é fruto do avanço para além das concepções humanas e espirituais. O que nos resta, é uma vida de constante luta, de trabalho incessante, de conflitos alheios que nos chegam, de registros dos assuntos e dos acontecimentos internos que muitos percebem e nos comunicam, mas que nem sempre nos auxiliam, pois se limitam ao que cada um pode perceber. Alguns podem perceber partes de muitos dos conflitos e das necessidades alheias ou para que um processo se torne concluído. Isso é, inclusive, uma das partes mais preocupantes, pois temos a necessidade de, sempre, estarmos um passo à frente até mesmo daqueles que podem estar determinando ou tendo conclusões, que pensem estar prognosticando a vida interna e os ditames, a direção da energia.

É fácil dizer que se pode entender a alguém. É fácil tentar analisar, comparar o que uma pessoa sente com o que já sentimos alguma vez, com o que temos nos nossos registros. É natural do ser humano a tendência a fazer comparações. No entanto, só se pode comparar uma ou outra coisa, na medida em que se tem conhecimento ou domínio sobre o que de fato é uma e outra coisa comparada. Mas isso é muito mais complexo, quando alguém quer ou pretende entender ou dar um auxílio que está fora do seu contexto de atuação. É como aquilo que falo sobre a terapêutica, no livro azul, de que só se pode dar aquilo que se tem ou que é preciso ter algo para poder dar. Em relação à vida espiritual, é comum haver comparação baseando-se nos níveis já atingidos e também com as definições aceitas sobre os níveis que se pensa existir. Mas a realidade interna é diferente disso tudo, nos níveis mais internos.
Então, é bem difícil viver como um ser que não pode ser auxiliado ou aconselhado nos aspectos mais profundos da existência. Pode-se ouvir, pode-se sentir o amor e a partilha. Pode-se querer a harmonia e a convivência, mas estamos sozinhos quando o tema é o todo, quando o assunto é atemporal ou multidimensional.
Ainda assim, é um caminho pleno, um caminho de amor incondicional. Tomamos atitudes muitas vezes contrárias à moral, aos sistemas de crenças, aos ditames espiritualistas, aos caminhos que o próprio fluxo da vida e da energia mostram, e que parecem muito mais difíceis e até irresponsáveis. Mas que são os caminhos do abstrato, os caminhos de uma vida que não tem volta. Ela pode ter recomeços, realinhamentos, reconstruções. O potencial da vida interna assumido exige uma direção diversa, diferente ou até mesmo conflitante em relação ao esperado até mesmo pelos que estejam caminhando junto por anos. Mas não abandonamos ninguém. Precisamos da mudança, da transformação, da transmutação que a própria força da vida e da energia nos proporciona. Precisamos seguir o movimento constante, o movimento desconcertante e infinitamente enlouquecedor que nos acomete a cada instante. Então, carregamos a todos, mas não podemos puxar ou empurrar ou mesmo induzir a decisões e escolhas. Nisso, é fácil que alguns, neste nível, queiram desistir e até mesmo desistam, pois é mesmo desconcertante viver num turbilhão de possibilidades, informações e conflitos que nem nos pertencem, mas que fazem parte da nossa trajetória. É muito mais fácil receber auxílio do que entender o processo que envolve as rupturas de amarras e de circunstâncias de uma vida. É difícil permanecer como um filtro de toda a desarmonia alheia, mas ter que viver a vida terrena como um ser normal. Mas sempre que alguém esteja necessitando, querendo seguir junto ou que não tenha entendido o sentido de uma ruptura, de uma mudança ou de um novo fluxo, é preciso acolher, é preciso tomar conta, é preciso absorver as incompreensões, mesmo que, por isso, ocorram outras rupturas ou mesmo uma desarmonia aparente, temporária.

É confuso viver um estado de desarmonia constante, no plano interno, de acordo com o que essa vida exige, mas tendo que sempre dar ou transmitir uma ideia de harmonia e serenidade plena nos planos mais externos. Enquanto todos sentem, percebem e se deleitam com a serenidade que irradiamos, fruto mesmo da conexão com o caos, estamos sempre pisando no abismo do eterno, no abismo cósmico que nos catapulta para o desconhecido a cada segundo. E um segundo, aqui, neste universo, é um dia, uma semana ou um ano da vida normal. Viver assim, com essa inconstância de tempo e de circunstância, torna-nos muito mais serenos, pois vamos e voltamos de vários mundos, de várias possibilidades enquanto, aparentemente, nada esteja ocorrendo. Muitas vezes, voltamos de um minuto de “meditação” no qual vivemos anos. Nesse minuto, estivemos vivendo meses ou anos de possibilidades, fazendo, desfazendo ou refazendo trajetórias e fluxos que podem trazer o melhor para todos ou para uma determinada situação. É nesse sentido que os prognósticos atrapalham muito, pois são tantos os caminhos, as possibilidades, as energias que se agregam a um caminho ou a um fluxo que, determinar algo superficialmente, por meio de uma visão de apenas um desses caminhos, traz para as consciências dos que não vivem ou não percebem todos os demais caminhos, uma necessidade equivocada de alimentar o que não deve ou não precisa seguir um curso. É nesse ponto que o prognóstico de um fato da vida pode determinar até mesmo a ruptura com um fluxo maior, pois a escolha vai estar baseada em apenas uma dimensão, uma manifestação do fluxo. Isso é especialmente mais complexo quando está relacionado à vida profunda, à manifestação de um projeto espiritual ou de um momento de renovação de energias como o que estamos vivendo aqui.
É muito comum haver julgamentos, por parte dos que ainda não percebem todas as nuances e todas as dimensões, quando agimos ou quando uma situação não tem um desfecho em acordo com os pensamentos ou conforme a mente determina como sendo o ideal a ser seguido. Mas para quem vive no interno, para quem conhece, sente e visualiza as correntes de energia mais profundas, uma atitude pode ser muito diferente daquela que usualmente seria tomada.

Mas então, qual o sentido deste texto? Reclamar? Expor um complexo modo de viver? Causar pavor? Nada disso. O sentido aqui é o de refletir, o de fazer pensar que a realização, aquilo que muitos clamam e que certamente um dia vai chegar, é muito diferente daquilo que os livros e os instrutores que desconhecem o final do processo informam. A ideia de subir a montanha e viver isolado, em silêncio e absoluta serenidade é a ideia dos que vêm apenas a irradiação que um ser realizado emana. Mas dentro dele, dentro do verdadeiro guerreiro, dentro do verdadeiro pioneiro, há um turbilhão, que absorve a negatividade e envia, como resposta, a energia positiva.

Podemos continuar nesse assunto ou,
simplesmente, e como sempre, seguimos...



34. REFLEXÃO SOBRE A PRÁTICA COM O MOINTIAN
Fernanda, 04/07/2017
Caros Amigos,
A prática do MOINTIAN nos torna livres para assumirmos nossa própria força, completos e absolutos em nós mesmos. Não permitamos que as aparentes manifestações contrárias a isso nos enfraqueçam e tirem nosso foco, dispersando nosso potencial.

Aquilo que cada um de nós atinge através da entrega verdadeira a esse fluxo inesgotável de pura Luz, é o sentido de tudo, as respostas de todos os nossos questionamentos e a dissolução de toda e qualquer dúvida. Que sigamos, lúcidos, leves e presentes em cada fase que se revela, a cada vibrar de uma nova nota alcançada, em direção às certezas, àquele lugar sublime, onde a luz da consciência brilha mostrando a direção, apontando os acertos, mas sem mascarar os equívocos.

A cada novo desafio, força renovada. E percorrendo nossos próprios caminhos internos com abertura e verdade, nos encontramos todos, a nós mesmos, uns aos outros e àquilo que costumamos estar infindavelmente à procura. Nem sempre o que é profundo é complicado. A mente costuma dificultar o acesso à simplicidade. Por outro lado, ao simples não basta o simplório.

Determinante do sucesso é a postura que não se permite perder em desesperos ou ilusões. A chave está no propósito e na firmeza que o sustenta.

Uma ótima terça,
Com carinho,
Fernanda


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