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RESOLUÇÕES PROFUNDAS II - 13. A conversa na bolha - outras considerações e usos

05/05/2019

13. A conversa na bolha – outras considerações e usos 

Indicações 
Com a bolha, também podemos descobrir quem somos. Podemos utilizá-la como um espelho, para que nos mostre quem somos, como nos comportamos, qual nossa postura, como caminhamos, tanto nas reações emocionais como fisicamente. Ela serve para uma autoanálise muito precisa, quando nos vemos dentro dela, nas mais diversas situações, tentando entendê-las ou modificá-las. São inúmeras possibilidades de utilização da conversa na bolha:
> Para o autoconhecimento, quando apenas ficamos em silêncio – aliás, é preciso ter esse momento de meditação apenas no silêncio, sem objetivo, além do momento da conversa na bolha;
> Para dissolver características e hábitos - praticamos por 21 dias ininterruptos, preferencialmente no mesmo horário e no mesmo local;
> Para o trabalho com um trauma ou bloqueio - também durante 21 dias, mas é preciso ter plena consciência das lembranças, memórias e sensações que surjam, anotando todas e analisando se é preciso criar “conversas paralelas” para dissolver as sensações que emergem. Geralmente, a dissolução dessas lembranças que surgem como efeito do trabalho principal não leva tanto tempo, pois são fruto da dissolução da causa real;
> Para retirar um bloqueio e aquela velha forma de visão do “sempre fui assim”, tão retrógrada, que tanto limita e oprime a manifestação real de qualquer um;
> Com os Símbolos E e F - conforme veremos adiante, podemos afirmar e sentir com convicção, antes da técnica da conversa, que ficamos receptivos, abertos ao novo, para que esse novo se manifeste em nosso ser. 

Revendo os passos
Para realizar as conversas, é preciso escolher um tema ou situação por vez, realizando a prática sempre com disposição, com firmeza de propósito, para que os resultados sejam alcançados. 
É importante fazer uma lista com todos os eventos traumatizantes, negativos, montando uma história e realizando, com cada situação, uma conversa de dissolução. Veremos, em um tópico adiante, exemplos de situações para conversas. 
Quando queremos entender a vida, precisamos contar nossa história. Nossa história de vida. Primeiro, contamos para nós mesmos, mas precisa ser a história verdadeira, a história sem máscaras. Assim, vamos entender que as histórias dos outros também são importantes. Por meio das histórias de vida, podemos entender os motivos, as razões pelas quais cada um age e reage. A organização dos temas e fases da vida pode auxiliar a montar a nossa história, reconstruindo “cronologias interrompidas” e resolvendo lacunas de memória e bloqueios, muitas vezes ocasionadas por traumas. 

Todas as situações possíveis podem ser alvo da conversa com a bolha, visualizando-as dentro da bolha ou fora dela. Mas é preciso convicção, persistência e entender que as reações atuais são sempre consequências de algo ocorrido no passado, que pode ser um passado distante, como da infância ou mesmo da gestação, ou um passado recente. Pode-se usar essa força da convicção para dissolver ou ver a situação diferente. 
Podemos visualizar todas essas partes ou características ou reações, como um outro eu, personificado como um outro eu, com a nossa mesma imagem física. Visualizamos isso envolto em uma bolha que sai de nós, do nosso corpo, e fica na nossa frente. Então, conversamos com essa parte ou, simplesmente, se não for possível visualizar, mentalizamos e emitimos, com veemência, frases positivas. As frases precisam ser sempre positivas, precisas, imperativas! 
> Sentes alguma tristeza, alguma mágoa? Visualiza a sensação, a ti mesmo, o sentimento, dentro da bolha, e dissolve, deixando ir embora, sentindo ir embora. Pode ser preciso repetir algumas vezes, quando são sensações, ou apenas uma vez, para situações do cotidiano, de vida normal, mas que te deixam desconfortável ao lembrar seu desfecho.
> Em caso de constrangimento, por exemplo, pode-se ver a situação final, o desfecho de um acontecimento, sem dor, aceitável, dentro de uma convenção pessoal, abraçando-se a si mesmo no passado e trazendo a sensação para o presente.
> Em caso de abuso sofrido, é possível trabalhar nas emoções e em suas consequências conversando com a criança, tu mesmo, acolhendo-a e confortando-a e, assim, o adulto de hoje, o adulto protetor, que tu te tornas, compreende e libera as sensações da criança de então. Num primeiro momento, não entra a questão de perdão ou culpa, mas de rever e entender a situação. Dissolver a situação no passado e entender a situação no presente, desfazendo as consequências, mentalizando fortemente que a vida segue um novo rumo a partir deste momento. Dissolvendo consequências, mas reconstruindo vias para uma cronologia sadia. Nesse caso, a conversa pode ser feita para a situação como um todo, para um conjunto de abusos ou temas, por exemplo, ou para uma pessoa que tenha sido causadora de sofrimentos, que pode ser o pai, mãe ou outra pessoa.
> Pode ser feita a bolha conversando contigo mesmo, agora, com o sentido de que as características negativas, as dores guardadas, as manifestações e 
reações ao passado, sejam eliminadas: 
* conversa para dissolver mágoas ou traumas; 
* conversa para desprogramar hábitos ou características; 
* conversa para ver desfecho de situação diferente:
- voltar no tempo e ver o desfecho diferente;
- voltar no tempo, no final do dia, revendo fatos marcantes, para aprender e entender comportamentos e reações.
Toda lembrança que surja enquanto se realiza uma experiência com a bolha, precisa ser anotada. Ela poderá ser levada para a bolha no dia seguinte. Essa lembrança pode se tornar o novo foco central ou um foco paralelo de dissolução e pode levar menos tempo para ser dissolvida. Ela também indica que houve um avanço no sentido de um aprofundamento com o trabalho de resolução de uma causa profunda. 


O Sucesso na prática e a raiva positiva
No Manual do MOINTIAN, eu falei brevemente sobre a “raiva positiva”. É sabido que, se formos apenas passivos, se deixarmos os acontecimentos passarem sem uma decisão contundente e positiva, nada ocorre, nada muda, ou seremos alvos de um acaso, de alguma força movedora, que nos moveria como se fôssemos marionetes. A Raiva Positiva é aquela vontade latente por uma mudança, que não pode der confundida com a reação a um trauma, ou uma “formação reativa”. É a firmeza de propósito, necessária para que se atinja objetivos e, especialmente, para a remoção de bloqueios profundos. 
O determinante para o sucesso da visualização está em conseguirmos sentir, ver, que a projeção do que se quer é possível que aconteça. É como uma força interna que nos mostra a imagem, já pronta, do que precisamos. E isso, estabelece a diferença entre um sonho longínquo e inatingível, ou que seja derivado de uma associação mental, trauma ou padrão, de um desejo puro, real e necessário, por integrar-se com algo melhor no futuro ou com o “fluxo real de vida”. A Conversa na Bolha pode ser utilizada para trazer harmonia, para estar consciente, presente, pleno; para conquistar um objetivo, quando se complementa com a técnica para “alcançar objetivos”, que está no capítulo 5 do livro laranja. 
Nesse sentido, vemos que a técnica da visualização da bolha, para a eliminação de um hábito ou reprogramação de uma característica, pode ser usada como uma prévia para estabelecer o caminho certo pelo qual a projeção de uma vida melhor se estabeleça. Isso quer dizer que, realizando por vinte e um dias uma sequência correta de visualizações com a bolha, determinando, para si mesmo, a força para essa mudança, e estabelecendo sua necessidade, irá facilitar que a projeção seja efetivada, dado que já estará feito o caminho principal para que ela se estabeleça. Uma ideia de mentalização importante, para essa projeção de vida ideal é internalizar uma frase como: (...) e qualquer parte de mim que seja contrária a isso (...) eu elimino e dissolvo agora! 

É preciso salientar a importância de construir frases sempre positivas. Nosso cérebro não recebe o “não” contido em uma frase. Ele o transforma em “sim”. Dessa maneira, em frases como “não vou esquecer”; “não posso deixar de fazer tal coisa”; “filha, não deixa a luz acesa”, ficará o registro de “vou esquecer”, “posso deixar de fazer tal coisa”, “filha, deixa a luz acesa”. A imagem mental que aparece na construção da frase é a que irá permanecer em nossa memória. Se usamos uma frase como “nunca mais serei assim” ou “não posso continuar assim”, o efeito é o de reforçar o problema ou a característica. Assim, “nunca mudaremos nada” ou permanecemos da mesma maneira. As frases, na construção da história e da ideia para a transformação, precisam ser decisivas: preciso mudar isso! Serei diferente! Posso mudar minha vida e estar livre das interferências e opressões que tentaram me impor! Desfaço agora qualquer contrato, pacto ou convenção, que eu tenha criado ou aceito, consciente ou inconscientemente, e torno-me livre, pronto para assumir uma nova fase da minha vida! São exemplos de afirmações diretas e positivas. Expressam o conceito da “raiva positiva” e mostram que o comando está em nós mesmos. 
É importante analisarmos esse ponto e entendermos a maneira como o cérebro funciona, no aspecto das afirmações. Elaborando uma ordem afirmativa, mas que tem efeito de negação ou que seja o contrário do que precisamos, destrói a possibilidade de mudança e de transformação. 
É preciso entender que um processo de reconstrução importante leva 21 dias para se realizar. Se, por qualquer motivo, houver uma falha de um dia sequer, será preciso reiniciar todo o processo. 
É preciso entender que muitos fatores, justamente por consequência desse trabalho interno emergindo do nosso interior, podem se manifestar como força contrária à sua modificação. Poderá ocorrer de que, em um dia de prática, precisemos reiniciar a tentativa da visualização por três ou quatro vezes até que consigamos realizar corretamente a prática. Além disso, é importantíssimo entender que cada dia é especial e único e que todas as informações precisam se devidamente anotadas, mesmo que pareçam insignificantes ou ilusórias. Elas precisam ser analisadas no decorrer do processo.


Próximo tópico: 14. Análise das consequências


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